CNA apresenta custos de produção da cafeicultura

Em 2022, foram levantadas informações sobre a produção de café arábica e conilon em 15 regiões de seis estados; de acordo com os dados, os principais itens que pesaram no bolso do cafeicultor brasileiro foram fertilizantes e mão de obra

03.11.2022 | 15:56 (UTC -3)
CNA
Em 2022, foram levantadas informações sobre a produção de café arábica e conilon em 15 regiões de seis estados; de acordo com os dados, os principais itens que pesaram no bolso do cafeicultor brasileiro foram fertilizantes e mão de obra; Foto: Wenderson Araujo/CNA
Em 2022, foram levantadas informações sobre a produção de café arábica e conilon em 15 regiões de seis estados; de acordo com os dados, os principais itens que pesaram no bolso do cafeicultor brasileiro foram fertilizantes e mão de obra; Foto: Wenderson Araujo/CNA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na quinta (03/11), mais uma live do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro para apresentar os custos de produção da cafeicultura.

Em 2022, foram levantadas informações sobre a produção de café arábica e conilon em 15 regiões de seis estados (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo). De acordo com os dados, os principais itens que pesaram no bolso do cafeicultor brasileiro foram fertilizantes e mão de obra.

Para a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, além de serem estratégicos para a análise de desempenho do setor, os dados do projeto Campo Futuro são importantes para auxiliar o produtor rural na tomada de decisão do negócio.

Durante a live, o coordenador-geral do Centro de Inteligência em Gestão e Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), Luiz Gonzaga de Castro, apresentou os principais resultados dos levantamentos, com destaque para a variação do Custo Operacional Efetivo (COE) da atividade nos últimos anos.

Segundo ele, no sistema de produção manual e sequeiro da espécie arábica, foi observada uma elevação considerável do COE para todas as propriedades modais, chegando a um aumento de 151% em Caconde (SP), em relação a 2021. “Isso se deu em razão da redução da produtividade e da alta dos preços dos fertilizantes e dos gastos com a mão de obra”.

O cenário se repetiu no sistema semimecanizado e sequeiro em Capelinha (MG) e Londrina (PR), onde o COE sofreu altas de 53% e 78%, respectivamente. Na condução mecanizada em Monte Carmelo (MG) e Franca (SP) também houve variação do indicador, na ordem de 117% e 78%, respectivamente.

“De forma geral, todas as regiões avaliadas pelo projeto tiveram aumento do Custo Operacional Efetivo no último ano, principalmente em função dos fertilizantes e da mão de obra. A média foi de 35% para fertilizantes e 28% para a mão de obra”, disse.

Nos sistemas manual e semimecanizado do café conilon em Cachoeiro de Itapemirim, Jaguaré e Rio Bananal, no Espírito Santo, Cacoal (RO) e Itabela (BA), os fertilizantes representaram 33% do Custo Operacional Efetivo, e a mão de obra, 30%.

Para Luiz Gonzaga, os maiores impactos nos indicadores vêm das oscilações na receita bruta. “Alternativas de gestão de risco de preço precisam ser trabalhadas, assim como gestão de custos e planejamento”.

O consultor da Safras e Mercado, Gil Carlos Barabach, participou da live e falou sobre o cenário e as tendências do mercado de café. “O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo o crescimento mundial dos principais países consumidores de café, ou seja, o cenário para 2023 ainda é de recessão econômica, o que pode impactar a demanda por café. A economia dos Estados Unidos, por exemplo, que é o maior consumidor individual de café do mundo, vai crescer apenas 1% em 2023”.

Apesar da previsão mundial ser negativa, a projeção para o Brasil na safra 2023/2024 é de aumento na produção e exportação de café. “A perspectiva é de um clima dentro do normal no final da primavera e início do verão”.Gil Calos também deu algumas dicas de comercialização para os produtores em um mercado disponível. “É importante dosar vendas, fazer gestão de oportunidade e levar em conta os juros altos no momento da tomada de decisão”.

Já no caso de posições futuras, o consultor recomenda, principalmente, atrelar as vendas futuras a opções de “put e call” para proteger as margens.

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