Cigarrinhas das pastagens começam ataque no período chuvoso

27.09.2011 | 20:59 (UTC -3)
Kadijah Suleiman

O início do período chuvoso em Rondônia traz uma preocupação a mais para os produtores rurais: o ataque das cigarrinhas das pastagens, insetos sugadores que causam prejuízos às pastagens e às culturas de cana-de-açúcar, arroz, milho, sorgo e outras gramíneas. De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia (Porto Velho), José Nilton Costa, é nesta época, geralmente nos meses de setembro e outubro, que ocorre a eclosão dos ovos que ficam no solo e resistem às condições adversas do período da seca, dando origem às ninfas, a forma jovem da cigarrinha.

Após a eclosão, as ninfas se alojam na base das gramíneas forrageiras, junto ao solo, onde permanecem envoltas por uma espuma produzida por elas mesmas, até tornarem-se insetos adultos. De setembro a maio, podem ocorrer até cinco gerações de cigarrinhas em Rondônia.

O pesquisador explica que, embora as ninfas das cigarrinhas causem algum dano, os insetos adultos são os causadores dos maiores prejuízos. “Ao se alimentarem, introduzem substâncias tóxicas que tanto podem atrapalhar o transporte da seiva, quanto causar a morte dos tecidos das plantas”, afirma. Em geral, as folhas atacadas pelas cigarrinhas secam a partir das pontas. Quando o número de insetos é elevado, o crescimento da gramínea é reduzido drasticamente e a pastagem fica completamente seca, como se fosse queimada.

O controle das cigarrinhas das pastagens deve ser iniciado logo após ser constatada a existência de 20 a 25 ninfas por metro quadrado. No período chuvoso, os levantamentos devem ser feitos a cada 15 dias.

Segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia, César Teixeira, uma alternativa interessante contra a praga é o controle biológico com o fungo Metarhizium anisopliae, que encontra condições favoráveis de ação em ambientes com alto índice de umidade. “Outras formas de controle do inseto são a diversificação das pastagens na propriedade, com a inclusão de gramíneas resistentes às cigarrinhas, e o manejo com o ajuste da quantidade de animais no pasto para evitar sobras de pastagens”, orienta.

Quanto ao controle químico das cigarrinhas, o uso de inseticidas só deve ocorrer após análise tanto ecológica, uma vez que demandaria o tratamento de áreas extensas, quanto do ponto de vista econômico, ou seja, do custo resultante do tratamento dessas áreas. Tais limitações podem ser minimizadas por meio da aplicação de inseticidas seletivos, feita em locais de alta incidência da praga, procurando-se atingir uma elevada população de adultos.

Nos casos em que se justificar o controle químico, deve-se utilizar produtos registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, observando-se rigorosamente as medidas de segurança, doses e período de carência recomendados pelo fabricante.

Embrapa Rondônia

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