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Considerada uma das principais pragas do milho desde as últimas safras, a cigarrinha acomete as lavouras do Brasil todo e tira o sono dos produtores rurais. No Mato Grosso, por exemplo, o Ministério da Agricultura, aliado à Embrapa, Aprosoja-MT e ao Indea-MT, vem buscando traçar medidas, junto a agricultores do estado, de contingenciamento e monitoramento do inseto e enfezamento do milho, por conta dos prejuízos causados pela praga.
De acordo com o engenheiro agrônomo Raphael Malandrino, é necessário adotar algumas medidas para controlar a cigarrinha do milho e dificultar a colonização do inseto em área total, causando enormes perdas de produtividade. “Há três principais providências a serem tomadas. A primeira delas é o plantio de híbridos de milho tolerantes aos enfezamentos transmitidos pela cigarrinha; a segunda é o controle de plantas daninhas que podem hospedar o inseto durante a cultura da soja e a terceira é a estratégia de aplicação do inseticida”, explica.
O agricultor precisa considerar a dispersão geográfica da praga dentro da lavoura. Na maioria das vezes, a cigarrinha começa a colonizar a área pelas bordaduras, por isso a aplicação de inseticidas deve ser iniciada nas bordaduras e com intervalos curtos de aplicação, principalmente quando há outras lavouras de milho próximas. “Como o inseto tem hábito migratório, queremos evitar que a praga adentre a lavoura e se espalhe por toda a área”, reforça Malandrino. As aplicações em bordadura precisam ser alternadas com aplicações em área total. Elas ajudam a retardar a colonização do inseto em área total e evitam, assim, aplicações desnecessárias em toda a lavoura. Além disso, o agricultor deve priorizar a rotação de inseticidas com princípios ativos diferentes para evitar resistência do inseto, alerta Malandrino.
O controle de milho voluntário durante a safra de soja também é uma prática necessária para reduzir a população de cigarrinha. É importante eliminar esse milho que germina durante a safra de soja, pois ele é um hospedeiro para diversas pragas, dentre elas a cigarrinha. Se não controladas, essas plantas servirão de “ponte” até o cultivo do milho segunda safra, o que aumenta a pressão da praga ainda no início do ciclo.
Por fim, o plantio de híbridos mais tolerantes aos enfezamentos é essencial para o manejo. “Novos híbridos têm sido lançados no mercado e o agricultor precisa estar atento. Essas cultivares de milho podem apresentar menos danos e minimizar os riscos de perdas”, conclui Malandrino, que é coordenador de produto, com foco em inseticida, na ADAMA.
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