Chuvas impossibilitam implantação do trigo no RS na última semana

Devido dessecação nas regiões Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, foi necessário uso sequencial de herbicidas

07.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Emater/RS

A semana foi marcada por tempo chuvoso, impossibilitando a implantação da cultura do trigo. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, na quinta-feira (06/06), nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, foi retomada a dessecação de algumas lavouras no final de semana, sendo necessário o uso sequencial de herbicida, devido à germinação de azevém e aveia nas áreas destinadas ao cultivo do trigo. Nas áreas anteriormente implantadas, há boa emergência; as plantas melhoram o aspecto visual com a diminuição das precipitações e com a melhor luminosidade ocorridas no final de semana. 

Os produtores de cevada aguardam condições ideais de umidade do solo para dar continuidade à semeadura. A semana que passou não foi favorável. Nas lavouras já implantadas, há boa emergência de plantas. As condições do tempo impediram a finalização do plantio da aveia nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões. As lavouras já implantadas apresentam amarelecimento em função da baixa nebulosidade e do solo úmido. Continuam relatos de incidência de doenças foliares, causadas pelo excesso de umidade, e de ataque de lagarta nas lavouras em início de desenvolvimento vegetativo, o que poderá refletir na produtividade.

A alta umidade do solo provocou atraso na implantação e no manejo de ervas na cultura da canola. Nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, o desenvolvimento inicial da cultura é lento, e as lavouras apresentam elevado ataque de lesmas, levando à necessidade de controle em áreas pontuais.

Produtores de alfafa da Fronteira Noroeste não conseguiram realizar o corte da cultura, pois a alta umidade do solo, a ocorrência de precipitação e a falta de luminosidade estão dificultando o processo da secagem da cultura, levando os produtores a aumentarem o intervalo entre cortes. Nas áreas que já foram implantadas com a cultura, principalmente áreas mais baixas, produtores continuam relatando o apodrecimento de plantas, em função de fungos de solo. E os produtores de linhaça confirmam a diminuição da expectativa da área cultivada nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, bem como a redução do investimento em fertilização de base por conta das dificuldades de comercialização do produto e do valor mais alto dos fertilizantes.

Em relação às culturas de verão, com a safra da soja encerrada a campo, os agricultores se concentram nos negócios ainda não realizados do produto armazenado. Como o período foi de predomínio de clima chuvoso em grande parte do Rio Grande do Sul, a evolução da colheita do milho foi lenta e somente foi realizada em locais pontuais onde as condições de campo permitiram. Resta colher apenas cerca de 2% da área da cultura no Estado. A lavoura de arroz encontra-se em entressafra e os arrozeiros visam os negócios futuros. Desde agora, os produtores iniciam o planejamento para a próxima safra. E as condições climáticas da semana impediram também um bom desenvolvimento e a evolução do feijão segunda safra. As fases tiveram lenta evolução, e a colheita das áreas prontas não pôde ser realizada. Esse longo período de alta umidade provocou perda de qualidade e produtividade na cultura que permanece no campo. Em razão dessas condições, parte do feijão colhido apresenta baixa qualidade, com grãos brotados, devido à abundância de chuvas em maio. 

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