Chuvas afetam produção de tomate em São Paulo

Tendência é de tempo seco na segunda quinzena de Junho nas áreas produtoras

10.06.2016 | 20:59 (UTC -3)
Lucas Majuski

O início de Junho foi marcado por muita chuva no estado de São Paulo e os agricultores podem enfrentar problemas com a qualidade do produto. Depois de um verão com menos chuva que o normal, o mês de maio também foi marcado por grandes volumes de chuva em algumas cidades que compreendem o cinturão verde paulista. Os produtores de tomate estão preocupados.

Na cidade de Piracicaba, choveu no mês de maio 68,2 mm, ficando dentro da média esperada que é 70mm. A média de Junho é 44mm e já choveu 169mm, ou seja, quatro vezes mais do que o esperado para o mês.

Em Campinas, o fim de semana do dia 04 de Junho foi marcado por chuvas intensas e o registro do fenômeno conhecido como microexplosão, que destruiu parte das plantações e também as estufas de tomate que protegiam a cultura. “Na minha propriedade, calculo um prejuízo em torno de R$ 50 mil, o que é muito para um agricultor. Vou ter que remover toda a área afetada e replantar”, afirma o produtor Wilson Yachouh.

O agricultor explica que a umidade é muito prejudicial para o tomate, pois facilita o surgimento de pragas. “Para o cultivo, o clima ideal seria temperaturas médias em torno de 20ºC. Quando a fruta entra em contato com a água, pode ficar sujeita à doenças, por isso utilizamos as estufas”, afirma.

De acordo com Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, a explicação da pluviosidade excessiva está no aquecimento anormal da água do litoral da Região Sudeste. “A circulação de ventos sobre o Brasil também é um dos motivos, já que traz o ar úmido e quente da Região Norte e contribui para a formação de mais nuvens e chuva”, conta.

Depois do enfraquecimento desta forte massa polar sobre o estado de São Paulo, a tendência é de elevação da temperatura. Para a segunda quinzena de Junho a previsão indica predomínio de tempo seco nas áreas produtoras do interior paulista. Na madrugada ainda pode fazer um pouco de frio com registro de névoa e nevoeiro no início da manhã em algumas cidades. Porém, as tardes seguirão quentes sem chuva o que possibilita o trabalho nas lavouras.

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