Chuva dificulta trabalho nas lavouras gaúchas

21.07.2011 | 20:59 (UTC -3)
Patrícia Strelow

As intensas precipitações que atingiram o Estado na última semana impediram os produtores de realizarem adequadamente o manejo das lavouras e pastagens, conforme dados do Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (21) pela Emater/RS-Ascar. O quadro climático adiou a finalização da semeadura da safra de trigo 2011, que atingiu esta semana 98% da área. Na Metade Norte, os trabalhos foram praticamente paralisados, principalmente em algumas áreas da Serra, Planalto Médio e Norte, onde o volume acumulado ultrapassou os 140mm.

As chuvas sequenciais interromperam ainda os tratos culturais da canola, além de prejudicar a evolução das lavouras. O mesmo ocorreu com as cevada, que se mantém na fase de desenvolvimento vegetativo e teve os tratos culturais - aplicação de nitrogênio em cobertura - interrompidos. Segundo os técnicos da Emater/RS-Ascar, neste momento é imprescindível a aplicação de uréia ou sulfato de amônio, em razão do enfraquecimento das plantas pelas geadas e o excesso de chuvas dos últimos dias.

Já no caso das olerícolas, está na fase final de implantação a cultura do alho na Serra. Está se confirmando a expectativa de aumento de área, que deverá superar em 25% a safra anterior, se aproximando dos 2.250 ha, basicamente ocorrendo nos Campos de Cima da Serra.

Prossegue em ritmo acelerado a poda dos pomares de maçã na região da Serra - as grandes empresas já se encontram bem adiantadas nesse procedimento. Outra prática muito utilizada nesta época é o tratamento de inverno com caldas, destacando-se a sulfocálcica, visando à prevenção das moléstias e combate aos focos de pragas. Os pomares de variedades precoces, localizados em mesoclimas quentes, estão ainda em pleno repouso.

As chuvas constantes e a leve elevação da temperatura na semana passada, beneficiaram o desenvolvimento da maioria das pastagens no Estado, tanto nativas quanto cultivadas. O estado sanitário do rebanho de corte é bom, pois as baixas temperaturas na entrada de inverno provocaram a redução da incidência de ectoparasitas, como carrapato e mosca do chifre.

Já os bovinocultores leiteiros tiveram uma semana de dificuldades no manejo dos rebanhos devido ao excesso de umidade, que não permitiu o acesso dos animais às pastagens. Este quadro forçou o aumento na utilização de outros tipos de alimentos, como fenos, silagens e concentrados, além de proporcionar desconforto aos animais.

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