Chefe da Embrapa Meio Ambiente destaca papel importante da articulação entre instituições de pesquisa

A VII edição do Fórum e Exposição Abisolo, de 5 a 6 de abril, divulgou inovações tecnológicas na área de nutrição vegetal, com palestras e exposição de 43 empresas

10.04.2017 | 20:59 (UTC -3)
Cristina Tordin

A VII edição do Fórum e Exposição Abisolo, de 5 a 6 de abril, divulgou inovações tecnológicas na área de nutrição vegetal, com palestras e exposição de 43 empresas desse segmento.

No segundo dia do Fórum, houve um debate, coordenado pelo consultor Ivan Wedekin, da Wedekin Consultores, que teve a participação do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli; do chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Augusto Boechat Morandi; do consultor Marcos Fava Neves, da Markestrat; e do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim.

O chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, abordou em sua apresentação o papel da inovação nos próximos passos da agropecuária brasileira.

Morandi falou sobre dados recentes e como a tecnologia é o fator mais importante para o crescimento da agropecuária brasileira, com transformação dos solos tropicais e tropicalização de sistemas produtivos. Ele destacou que o modelo que sustentou o crescimento da produção até aqui, com intenso uso de recursos naturais, mostra esgotamento, com as últimas décadas marcadas pelo agravamento das questões ambientais.

“O crescimento da demanda por alimentos coincide com a emergência de múltiplas fragilidades. O desafio é viabilizar tecnologias inovadoras que garantam a produção de alimentos em um cenário global de mudanças climáticas, forte pressão sobre o recurso água, exigências crescentes por segurança do alimento, além de redução de impactos ambientais e sociais do sistema produtivo”, disse Morandi.

Há um desafio a ser enfrentado pelo agronegócio brasileiro: de acordo com as estimativas da FAO, em 50 anos a população mundial demandará 100% mais alimentos, sendo que 70% destes alimentos deverão vir de tecnologias que aumentem a produtividade por não existir terra suficiente para se expandir a produção demandada.

Morandi destacou, entre outras práticas conservacionistas, o Programa ABC, maior programa de mitigação de emissões de gases de efeito estufa na agricultura do mundo, totalmente baseado e dependente do adequado manejo do solo e o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), ambos com protagonismo da Embrapa.

Morandi destacou em sua palestra, a fala do Presidente da Embrapa, Maurício Lopes, onde afirma que no contexto atual e no futuro, poucas empresas detêm ou deterão todas as competências, recursos, estruturas e capacidades para desenvolverem, individualmente, inovações de grande impacto e que sejam incorporadas pelo mercado, o que demandará parcerias e alianças.

Uma nova visão de futuro para pesquisa e a inovação
Articulação, alinhamento e sinergia entre Embrapa, OEPAS, universidades, setor privado e outros atores envolvidos no processo de pesquisa e inovação para a agropecuária, com uma aliança dinâmica e eficiente, capaz de atrair fontes adicionais de financiamento público e privado, em âmbito nacional e internacional, são essenciais para ampliar a diversidade e a disponibilidade de produtos, práticas, processos, conhecimentos e formas de organização para o sistema produtivo agropecuário. “Temos de trabalhar, todos nós, governo e iniciativa privada, de forma colaborativa, na busca pela inovação tecnológica, fator chave para a competitividade”, conclui Morandi. Ele também enfatizou que crescimento e sustentabilidade não podem ser conceitos antagonistas, mas complementares.

Na sequência, o consultor Marcos Fava Neves, da Markestrat, falou sobre perspectivas para o mercado agrícola brasileiro e global, o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), proferiu palestra sobre tendências para o seguro agrícola e crédito rural, o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, falou sobre o papel dos estados no desenvolvimento da agricultura nacional. Encerrando, Ivan Wedekin, diretor da Wedekin Consultores, mediou o debate entre os palestrantes.


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