CCAB Agro S.A. e Bioline AS estudam oportunidades de negócios no Brasil

Em expansão no País, o uso de agentes biológicos para proteção de cultivos estão entre as prioridades da Companhia

17.12.2018 | 21:59 (UTC -3)
Catarina Guedes

Um mercado em expansão no Brasil, hoje estimado em cerca de R$528 milhões, (US$165 milhões), os agentes biológicos para proteção de cultivos estão entre as prioridades da Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil (CCAB) para 2019. A empresa, que já dispõe de pelo menos quatro produtos em seu portfólio comercial, estuda as oportunidades para ofertar novas soluções. Na última sexta-feira (14/12), a CCAB recebeu a visita do CEO da Bioline AS, divisão de agro do grupo francês Invivo, Ludwick Pokorny. O grupo é uma plataforma internacional formada pelas cooperativas dos agricultores da França que, desde 2016, passou a deter parte das ações da companhia brasileira também formada por produtores rurais e cooperativas agrícolas.

De acordo com o CEO da CCAB Agro S.A., Jones Yasuda, a meta da empresa nacional, fundada em 2007, é aumentar a sinergia de atuação com a Invivo, para ampliar o alcance e tornar mais assertivos os investimentos no Brasil. “Vemos muitas novas oportunidades no ramo de biossoluções e na chamada smart agriculture, na qual estão a agricultura digital e de precisão”, explica Yasuda. “Queremos ser um hub de acesso ao mercado dessas inovações, ajudando a fortalecer a produção de alimentos no Brasil, pois acreditamos que o papel de nutrir o mundo vem se tornando cada vez mais evidente para o nosso país, e isso demanda incorporação tecnológica”, adianta o CEO.

Os vírus que compõem o portfólio da CCAB são eficazes no controle de lagartas e inócuos para a saúde humana, para o meio ambiente e, também, para os chamados “inimigos naturais” das pragas das lavouras.  Os agentes biológicos são uma tendência na defesa fitossanitária, estão presentes na natureza e são multiplicados de forma controlada para garantir sua qualidade. Eles são devolvidos ao meio ambiente com a finalidade de controlar as doenças ou insetos que provocam danos às lavouras, reduzindo a produção de alimentos. Dessa forma, explica Jones Yasuda, promovem o equilíbrio ecológico.

Macro e micro

Os agentes biológicos são classificados em macro e microbiológicos. Os primeiros são, na maioria das vezes, insetos predadores e parasitoides. A segunda categoria é formada por micro-organismos como bactérias, vírus e fungos, que atuam como bioinseticidas, biofungicidas e bionematicidas. Esses agentes podem ser utilizados como parte do manejo integrado de pragas e doenças, consorciados aos defensivos convencionais, e também como solução única de proteção de cultivos para a agricultura orgânica.

No Brasil, os defensivos biológicos também estão sujeitos à lei de pesticidas, 7802/89. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBIO), já existem 170 produtos registrados, entre macro e microbiológicos.

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