​Campo Futuro levanta custos de produção de grãos em MS​

Técnicos identificaram que gasto com o óleo diesel foi o item que mais aumentou nessa safra.

21.06.2018 | 20:59 (UTC -3)
CNA/SENAR

Produtores rurais, técnicos e representantes de sindicatos rurais e cooperativas participaram, nesta semana, de paineis do Projeto Campo Futuro para levantamento custos de produção de soja e milho nos municípios de Dourados, Naviraí e São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul.  

O levantamento e a análise dos dados sobre a produção nos três municípios foi realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). 

De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski, as boas condições climáticas favoreceram as lavouras da primeira safra. “O rendimento obtido nessa safra foi recorde em praticamente todas as regiões do estado. Em alguns talhões de plantio sequeiro foi identificada produtividade acima de 95 sacas por hectare”, declarou. 

Já a estiagem, segundo Malinski, prejudicou as lavouras de segunda safra. “Devido à falta de chuva, em meados de abril e maio, a produtividade do milho safrinha terá uma quebra que poderá ficar acima dos 30%”, avalia.

Os técnicos do Campo Futuro identificaram que o custo com óleo diesel foi o item que mais aumentou nessa safra. “Os fertilizantes tiveram um leve incremento, se comparado com a safra passada. Já os defensivos contribuíram com uma leve queda. Ao analisar o custo desembolso, os valores ficaram próximos aos da safra anterior”, analisa Malinski.

O tabelamento dos fretes está impactando na produtividade. “A entrega dos fertilizantes para os produtores já deveria estar ocorrendo, entretanto, devido o aumento em até R$ 100,00 por tonelada, a atividade está comprometida”, relata o técnico da CNA. 

Malinski lembra que a colheita do milho safrinha deverá aumentar o ritmo nos próximos dias, “mas o alto custo com o frete tem reduzido em até R$ 5,00 para a saca de soja e R$ 3,00 para a saca de milho. Isso tem reduzido a realização de negócios e poderá aumentar as perdas dos produtores para o cereal de segunda safra”, conclui. 

Na próxima semana, a equipe do projeto Campo Futuro realizará os paineis para levantar os dados de custos de produção em Minas Gerais. Em seguida, será a vez os estados do Paraná, Goiás, Mato Grosso, Matopiba até chegar à nova fronteira agrícola no Amapá e Roraima. 


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