Câmara Agro 4.0 vai definir políticas de conectividade no campo

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina participaram da discussão

03.07.2019 | 20:59 (UTC -3)
FPA

A conectividade no campo é extremamente importante para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro. A afirmação foi feita pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, durante a reunião semanal de membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desta terça-feira (2), que também contou com a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

No encontro, Pontes apresentou as estratégias de sua Pasta para levar a conectividade ao meio rural. De acordo com ele, há diferentes maneiras para levar a Internet ao campo – 4G, 5G, satélite, fibra óptica – e, com isso, gerar eficiência para a produção. “Especialmente com a Internet das Coisas que tem infinitas possibilidades para o setor agrícola. Sem falar na questão da segurança, que também é um problema no campo, e será melhorada com o acesso”.

Na semana passada, foi assinado o Decreto nº 9854/2019, que implementa e desenvolve a Internet das Coisas (IoT) no país. A IoT refere-se à interconexão digital de objetos cotidianos com a Internet, ou seja, uma rede de objetos físicos capaz de coletar e transmitir dados. Para a agropecuária, tem inúmeras aplicabilidades no sentido de propiciar economia e mais eficiência à produção.

De acordo com o ministro, foi criado, no MCTIC, a Câmara Agro 4.0., que está definindo as ações prioritárias para o setor agropecuário no que diz respeito à conectividade. “Paralelamente a isso, precisamos da aprovação do PLC 79/2016, que moderniza a Lei Geral de Telecomunicações e irá trazer mais recursos para investirmos nisso”. O ministro defendeu que a solução para implantar efetivamente a conectividade no campo passa pela união do Executivo, das empresas privadas e do Congresso Nacional.

O presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou que o campo precisa da conectividade com tecnologia cognitiva para as máquinas, pessoas e coisas. “É preciso ter um marco regulatório sobre isso. Afinal, a conectividade no campo representa inclusão social e é a oportunidade de homogeneizar o agro brasileiro”, disse.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou a parceria de trabalho entre a Agricultura e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. “As coisas já estão caminhando. Temos 6 mil escolas no interior do Brasil com internet. Quero agradecer publicamente a sensibilidade social do ministro. ”

Ela explicou que o Ministério da Agricultura encomendou à ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo) um estudo, que já está em sua terceira fase, sobre tudo o que é necessário para fornecer a conectividade ao meio rural. “Vamos ter a ideia do investimento que será necessário para essa ferramenta importantíssima para a agricultura”.

Secretário-executivo do MCTIC, Júlio Semeghini afirmou que está sendo firmado um convênio com o Ministério da Agricultura, que vai trabalhar a questão da conectividade e da inovação. Segundo ele, a questão de liberação de recursos tem sido apontada como o pior entrave para a conectividade. “O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) tem quase 20 bilhões de reais guardados porque nunca foi usado. A FPA tem liderança para discutir com o Congresso como usar parte desses recursos para investir na conectividade”, disse.

O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) destacou que o pacote de tecnologia deve ter o olhar voltado também para os pequenos e médios produtores. “Não podemos ter um desnível de acesso à tecnologia. Temos também que ficar atentos à questão do financiamento, das fontes de recursos”, disse.

Autor de dois projetos que levam a comunicação móvel e Internet ao campo, o deputado Afonso Hamm (PP-RS) acredita que se vive um novo momento, com a disposição das empresas e governo para viabilizar o acesso. “A interiorização esbarra sempre na liberação de recursos. Precisamos aprofundar essa discussão”.

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