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As exportações brasileiras de café totalizaram 2,806 milhões de sacas de 60 kg em maio deste ano, volume que implica alta de 5,1% em relação aos 2,669 milhões remetidos no mesmo mês de 2021. Em receita, os embarques renderam US$ 668,1 milhões, apresentando significativo crescimento de 83,1% na mesma comparação. Os dados são do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Com os números de maio, as remessas nacionais do produto no acumulado do ano safra 2021/22 chegam a 36,288 milhões de sacas, desempenho 14,8% inferior ao registrado no acumulado entre julho de 2020 e maio de 2021, quando o país exportou 42,597 milhões de sacas. Já em valores, houve salto de 35,5% em idêntico intervalo, com a receita saindo de US$ 5,420 bilhões para os atuais US$ 7,344 bilhões.
No acumulado de 2022, a performance é similar à do ano safra, com os embarques brasileiros recuando 7% e a receita cambial apresentando incremento de 63% na comparação com os cinco primeiros meses do ano passado. De janeiro a maio deste ano, o Brasil comercializou 16,621 milhões de sacas com 112 países, obtendo o ingresso de US$ 3,867 bilhões.
Segundo o presidente do Cecafé, Günter Häusler, a leve melhora registrada no volume embarcado em maio deste ano permitiu que o país mitigasse moderadamente as quedas observadas nos acumulados da temporada 2021/22 e do ano civil. "A pequena alta no mês passado é reflexo de uma leve melhora logística, que possibilitou embarcar o café previsto para maio e parte das cargas que estava represada nos portos", explica.
Entretanto, ele pondera que o cenário desafiador aos exportadores permanece diante dos gargalos logísticos, ocasionado pelo congestionamento em grandes portos da Ásia e da América do Norte, e da continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia.
"Os exportadores brasileiros continuam enfrentando dificuldades para a obtenção de contêineres e espaço nos navios e se deparando com fretes muito caros. A extensão da guerra, que passa de 100 dias, além de toda a tragédia humana observada, traz impactos diretos em nossos embarques. A Rússia, que normalmente figurava como sexto principal destino, caiu para a 13ª posição, apresentando queda de 43% nas importações. A Ucrânia, ainda que com volume mais modesto nas aquisições, já registra recuo de 65%", avalia Häusler.
Em relação à evolução observada na receita cambial obtida com as exportações, o presidente do Cecafé explica que é reflexo do patamar elevado nos preços internacionais e internos do produto, além do dólar valorizado frente ao real no mercado cambial, o que aumenta o ingresso de recursos no Brasil.
De janeiro a maio deste ano, os Estados Unidos retomaram o posto de principal importador do café brasileiro. Os norte-americanos adquiriram 3,240 milhões de sacas, volume 5% inferior aos 3,410 milhões comprados no mesmo intervalo em 2021. Esse montante representa 19,5% das exportações totais do Brasil até o momento.
A Alemanha, com representatividade de 18,7%, importou 3,113 milhões de sacas (-3,8%) e ocupou o segundo lugar no ranking, que liderou em abril. Na sequência, vêm Bélgica, com a compra de 1,661 milhão de sacas (+29,6%); Itália, com 1,406 milhão de sacas (+7,2%); e Japão, com a aquisição de 726.995 sacas (-26,1%).
Com a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia, chama a atenção o impacto nas exportações aos russos, que saíram do tradicional sexto lugar no ranking para o 13º posto no acumulado do ano até maio. Esse país do Leste Europeu adquiriu 292.384 sacas de janeiro ao fim do mês passado, volume que representa queda de 42,8% na comparação com o mesmo intervalo de 2021.
Vale destacar, ainda, o desempenho dos embarques para a Colômbia, terceiro maior produtor mundial de café. A nação vizinha importou 552.111 sacas do produto nacional nos primeiros cinco meses de 2022 e ocupa o sexto lugar entre os principais parceiros no acumulado do ano. Esse volume representa 3,3% do total remetido pelo Brasil ao exterior e implica crescimento de 7,7% ante as aquisições realizadas entre janeiro e maio de 2021.
O café arábica foi o mais exportado no acumulado do ano, com o envio de 14,463 milhões de sacas ao exterior até maio, o que corresponde a 87% do total. Já o café solúvel registrou o embarque do equivalente a 1,502 milhão de sacas, respondendo por 9% do total. Na sequência, vêm a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 639.356 sacas (3,9%), e o produto torrado e torrado e moído, com 16.878 sacas (0,1%).
Os cafés que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis responderam por 15,1% das exportações totais brasileiras do produto de janeiro a maio de 2022, com o envio de 2,513 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representa declínio de 5,3% na comparação com os 2,652 milhões de sacas embarcados pelo país no mesmo período do ano anterior.
O preço médio desse produto foi de US$ 305,49 por saca, proporcionando uma receita de US$ 767,7 milhões nos cinco meses, o que corresponde a 19,9% do obtido com os embarques totais. No comparativo anual, o valor é 68,2% maior do que o aferido em idêntico intervalo antecedente.
No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados entre janeiro e maio, os Estados Unidos estão na ponta, com a importação de 586.658 sacas, o equivalente a 23,3% do total desse tipo de produto exportado. Na sequência, vêm Alemanha, com 393.792 sacas e representatividade de 15,7%; Bélgica, com 371 mil sacas (14,8%); Itália, com 181.916 sacas (7,2%); e Japão, com 124.103 sacas (4,9%).
O complexo marítimo de Santos (SP) permanece como o principal exportador dos cafés do Brasil em 2022, com o envio de 13,809 milhões de sacas até maio, o que equivale a 83,1% do total. Fechando a lista dos três primeiros, vêm os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 12,6% dos embarques ao remeterem 2,091 milhões de sacas nos cinco meses, e Paranaguá (PR), com o envio de 164 mil sacas ao exterior (1%).
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