Brasil já importa laranjas egípcias

Laranjas do Egito tiveram o mercado brasileiro aberto em maio do ano passado e as importações estão ocorrendo, trazendo mais alternativas aos consumidores locais

16.02.2021 | 20:59 (UTC -3)
Bruna Garcia Fonseca

O consumidor brasileiro passa a ter mais opções de laranjas no mercado. O Brasil abriu em maio do ano passado o seu mercado para os citros do Egito e as primeiras exportações da fruta do país árabe ao Brasil já estão acontecendo. O produto tem redução de imposto de importação para entrar no mercado dos países do Mercosul em função do acordo de livre comércio do bloco sul-americano com o Egito. A tarifa será zerada em setembro deste ano.

De acordo com a nova consulesa comercial do Egito no Brasil, Nashwa Bakr, duas empresas egípcias já exportaram laranjas ao Brasil desde a abertura do mercado. “Uma enviou nove contêineres, e a outra 15 contêineres, e essa última planeja enviar mais 25 contêineres até o final de maio”, disse ela, que assumiu o posto há pouco mais de uma semana no Escritório Comercial do Egito em São Paulo. “Estamos preparando uma campanha com os importadores brasileiros e estamos entrando em contato com supermercados como Pão de Açúcar e Dia”, disse Bakr à ANBA.

O Egito produziu três milhões de toneladas de laranjas no ano passado e exportou metade da produção total, ou 1,5 milhão de toneladas, se consolidando como o maior exportador de laranjas do mundo, informou Bakr. “Os maiores destinos das laranjas egípcias foram China, União Europeia e países árabes”, disse. A maior parte do cultivo de laranjas fica na região Norte do Egito, próximas ao Rio Nilo e ao Mar Mediterrâneo, conhecida como Delta do Nilo.

Segundo a consulesa, as laranjas egípcias são bem diferentes das brasileiras. “Nossas laranjas não são como as suas, que são mais usadas para suco. Temos dois tipos de laranjas, a Valencia e a Neval, mais usadas para comer do que para fazer suco, o sabor é diferente, e o Brasil não produz esses tipos de laranja, então são produtos diferentes e complementares”, afirmou Bakr.

Os maiores concorrentes da laranja egípcia no Brasil são Estados Unidos, China, Chile e Argentina. “Mas fomos o maior exportador de laranjas no ano passado, então esperamos que em dois ou três anos o Brasil seja o maior importador de laranja egípcia” disse ela, avaliando positivamente também o desempenho do Mercosul como um todo, já que o acordo de livre comércio contempla os quatro países do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Segundo comunicado divulgado pela Embaixada do Egito em Brasília, o Ministério do Comércio e Indústria do Egito vem atuando em cooperação com a Embaixada do Brasil no Cairo para divulgar a laranja egípcia e as isenções aduaneiras previstas no acordo de livre comércio com o Mercosul.  O material informa que os cítricos do Egito estão chegando ao mercado brasileiro e que os produtos de exportação seguem padrões internacionais de qualidade e têm aplicação de sistemas de rastreabilidade nas etapas de cultivo, produção, embalagem e vendas internacionais. “Sendo uma das ferramentas para o sucesso da política de exportação do Egito”, diz a nota.

O comunicado informa que a laranja egípcia tem boa aceitação no Brasil. “Importadores brasileiros apreciam as laranjas egípcias, que se caracterizam por alta qualidade e preços competitivos. O mercado brasileiro é formado por 209 milhões de consumidores, sendo considerado o maior mercado da América do Sul”, diz a nota.

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