Big Data e Data Science serão principais ferramentas da agricultura do futuro

Através de banco de dados, AGTech ajuda produtores no monitoramento, coleta de dados e análises precisas das informações

02.12.2020 | 20:59 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

Vivemos a era da agricultura digital, tecnológica e conectada onde a geração de informações no campo é e será cada vez mais constante. Atualmente os produtores têm dezenas de ferramentas de coleta de dados e informações à disposição, porém, o excesso de dados de forma não estruturada acaba tornando as decisões confusas e em vez de ajudar atrapalham, podendo gerar muitas vezes, prejuízos imensuráveis.

De acordo com o pesquisador argentino Guillermo Leale, consultor e especialista em Data Science e inteligência empresarial, com PhD em engenharia de sistemas, o que tem se observado é que nos últimos anos tanto produtores quanto outros profissionais que usam dados diariamente para seu trabalho, se perdem entre planilhas e anotações em papel. Muitas vezes essas informações estão desorganizadas e, no melhor dos casos, permanecem na memória de alguns analistas, que funcionam como “supercérebros”, concentrando as informações.

Infelizmente esta estratégia é falível, e a alternativa a este frágil processo é a possibilidade de ter uma ferramenta que estrutura, organiza e disponibiliza a informação de forma precisa e oportuna para todas as pessoas que compõem a equipe que desenvolve a atividade produtiva.

Para unir a informação com a tomada de decisão a Sima (Sistema integrado de monitoramento agrícola) uma AGTech independente, consolidada em diversos países na América Latina, disponibiliza o seu aplicativo. Simples, completo e inteligente, a ferramenta permite realizar o controle e monitoramento da lavoura de forma georreferenciada, dentro de uma gestão total de lançamento e análise de dados em campo, desde o plantio até a colheita. “A Sima está sendo o elo que faltava na cadeia de valor baseada em dados, pois é mais que uma ferramenta de monitoramento e sim um verdadeiro “imputador” de informações se diferenciando de todas outras tecnologias disponíveis hoje”, destaca o especialista.

Com apenas seis anos no mercado, um dos diferenciais da empresa é seu Big Data. Mas, como uma agtech tão jovem consegue compilar o grande volume de dados complexos estruturados e não estruturados que são gerados a cada segundo e os organizou de forma tão inteligente tornando o aplicativo simples e objetivo?

Segundo o pesquisador, o principal motivo que se deve levar em consideração quando pensa-se na Sima, é entender que os dados foram colocados como a pedra fundamental da operação do sistema desde o primeiro dia. “Além do mais, sabemos que os dados que manejamos na empresa terão aplicações que ainda não foram descobertas, mas estão bem próximas de serem. A chave para isso está justamente em entender a importância da coleta de dados e traduzir esse conceito em um aplicativo desenvolvido para usuários reais, que conhecem seus cultivos e entendem que a tecnologia pode melhorar o processo de produção”, destaca Leale.

Ainda segundo o estudioso, é claro que não é possível falar sobre a agricultura do futuro sem falar sobre Big Data. Pois, se é preciso ter melhoria da produtividade, também é preciso apostar no aperfeiçoamento da produtividade dos dados. “O futuro nos espera com crescimento exponencial de todos os tipos de dados: agora devemos considerar imagens de satélite, capturas de drones, medições em tempo real e muito mais. Devemos estar preparados para a gestão deste gigantesco volume de dados e a Sima já tem uma base sólida nesse caminho”, ressalta o pesquisador.

Data Science

Em geral, a agricultura gera milhares números, entretanto, muitas vezes estes são subutilizados ou mal interpretados. Os produtores hoje precisam ter o máximo de informações possíveis, mas também ferramentas sólidas com base em estatísticas que lhes permitam ver melhor as lavouras. Quando estas são bem utilizadas se cruzam com tecnologia inteligente, surge o Data Science ou Ciência de Dados.

Esta é uma ferramenta muito poderosa para entender melhor o que temos e fazer previsões precisas sobre o futuro. Essa combinação é única: ter uma boa ferramenta de monitoramento, registrar detalhadamente os dados relativos ao processo preventivo e usar inteligência que agrega valor às informações para a tomada de decisões.

O registro dos dados é uma boa prática na agricultura. Mas essa atividade é estéril se esses números não forem usados da melhor maneira possível. A Sima, sendo uma ferramenta de monitoramento e imputação inteligente de dados, faz a diferença em comparação com todas as outras tecnologias. “Não estamos gravando os dados, estamos semeando”, diz o especialista.

Embora ainda seja pouco conhecida no Brasil, com menos de um ano de atuação, a Sima projeta encerrar o ano com 800 mil hectares ativos na plataforma, fruto de parcerias com grandes empresas. 

Segundo Mauricio Varela, co-founder e country manager Brasil e América Latina da Sima, a meta de área da empresa para o próximo ano é de atingir um volume de 3 milhões de hectares no Brasil, o que os levaria a um número de 8 milhões de hectares em toda América Latina. “O potencial do mercado aqui é enorme e os agricultores brasileiros já estão mais acostumados à agricultura digital, além de termos desenvolvido modelos de negócios pensados nas redes de distribuição de insumos, cooperativas e indústrias A cada dia estamos trabalhando para disponibilizar aos produtores e clientes a solução mais completa, intuitiva e inteligente do mercado”, destaca Varela.

Colaboração com a NASA Harvest

Com o seu Big Data e as sólidas informações coletadas a campo, a SIMA deu um mais importante passo e contribuição para o futuro da agricultura mundial. A empresa é colaboradora do NASA Harvest, programa de ciências aplicadas da NASA sobre segurança alimentar e agricultura. A ação não visa obter somente informações sobre o que o que acontece hoje, mas também o que aconteceu ontem e os últimos dez ou vinte anos e, dessa forma, eles permitem prever o comportamento no futuro.

O projeto é um consórcio multidisciplinar e multissetorial de todo o mundo, liderados e implementados pelo Harvest Hub na Universidade de Maryland. Reuniram especialistas de renome mundial que trabalham em aspectos ambientais, econômicos e sociais da agricultura. O foco do projeto o qual a empresa faz parte é aumentar a conscientização e fornecer soluções para regiões com insegurança alimentar. “Estamos trabalhando para usar os dados de satélite com o intuito de prever os rendimentos em uma escala de campo, para tornar essas atividades operacionais, com modelos precisos de detecção e ainda dados em campo que oferecem mais segurança”, finaliza o executivo da SIMA. 

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