Movimento de baixa nos preços do milho perde força
Movimento de queda nos preços do milho, que vinha sendo observado em muitas praças acompanhadas pelo Cepea, perdeu força nos últimos dias
As geadas registradas pelo país afetaram a oferta de hortaliças nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país. Tomate, cenoura e alface foram os produtos mais impactados. A maior variação para o tomate foi registrada na Central de Abastecimento de Vitória, com um percentual de 51%. Já para a cenoura, a alta ultrapassou 50% nos mercados atacadistas em cinco estados analisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), sendo a maior diferença encontrada no mercado da capital capixaba, chegando a um índice de 64,57%. A Ceasa de Curitiba chegou a registrar uma alta no valor médio de comercialização, em julho, de 62,94% da alface. Os dados estão no 8º Boletim Prohort, divulgado nesta terça-feira (17/08) pela Companhia.
No caso da raiz, além das baixas temperaturas registradas nas regiões produtoras, que prejudicaram o fluxo do produto aos mercados, a oferta também foi impactada em razão do intervalo entre a safra de verão, que se encerra, e a de inverno, que se inicia. Com isso, a quantidade de cenouras nos mercados atacadistas analisados registrou uma queda de quase 10% em relação a junho e de cerca de 6% quando comparada ao mesmo período de 2020. Para o início de agosto, os preços continuam em níveis elevados, porém menores do que os registrados em julho.
O tomate, por sua vez, deve continuar a encarecer as compras nos mercados atacadistas. Com as temperaturas mais baixas, o desenvolvimento e ponto de colheita do fruto são atrasados, o que reflete na tendência de menor oferta do produto no mercado. Além disso, em julho ainda foram registradas perdas decorrentes das geadas.
No movimento contrário, cebola e batata apresentaram reduções nos preços de comercialização em julho. A intensificação da produção do bulbo em Goiás, Minas Gerais e São Paulo, além da manutenção das quantidades ofertadas, a partir de Pernambuco, provocou queda de preços em todos os mercados. Para o tubérculo, a boa oferta até meados de julho fez com que, na média, o movimento de preços fosse de queda na maioria dos mercados. As geadas não prejudicaram as lavouras em ponto de colheita, mas interferiram no seu ritmo e afetaram os produtos a serem colhidos. Em agosto, os preços tendem a registrar alta.
O clima frio também impactou nos preços de comercialização das frutas. Em geral as cotações ficaram mais elevadas, com algumas exceções a depender das características locais de comercialização. O mamão registrou queda na oferta da variedade formosa, influenciado pelo frio e pela entressafra. Com isso, os preços permaneceram em bons patamares, mesmo na presença de demanda fraca. O mamão papaya novamente seguiu lógica parecida com a do formosa, com a diminuição da oferta, mesmo a uma taxa menor.
Outro produto de destaque, a banana registrou oscilações de preços a depender da menor demanda no varejo e da intensidade da comercialização da variedade prata, além da diminuição da oferta da nanica.
Durante o webinar do 8º Boletim Prohort, o chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas, apresentou o Índice de Preços da Ceagesp, utilizado para aferir as variações de preços dentro do entreposto de São Paulo. Segundo Godas, o índice encerra o mês de julho em forte elevação, com alta de 11,2%. O aumento é reflexo dos efeitos das fortes geadas que abrangeram desde os estados do Sul e do Sudeste, até parte do Centro-Oeste, diminuindo a qualidade dos produtos e gerando altas de preços, apesar de todo esforço dos agricultores para minimizar os prejuízos. Apesar da alta, o indicador mantém uma queda de 8,4% no acumulado do ano.
Com a volta às aulas, deve haver aumento na demanda por hortifrutícolas frescos e a tendência é que os preços se mantenham em patamares elevados durante o mês de agosto.
Acesse aqui a íntegra do 8º Boletim Prohort.
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