Aviação agrícola incrementa produtividade e estimula economia no oeste da Bahia

Dentre as atividades que garantem o suporte para a agricultura baiana, o setor da aviação agrícola é um dos principais fomentadores para o desenvolvimento tecnológico

09.11.2018 | 21:59 (UTC -3)
Hebert Regis

Com o início da safra agrícola 2018/2019, mais uma vez os agricultores se preparam para garantir a produtividade com segurança no campo. Dentre as atividades que garantem o suporte para a agricultura baiana, o setor da aviação agrícola é um dos principais fomentadores para o desenvolvimento tecnológico, principalmente no combate e defesa de pragas, a exemplo da ferrugem da soja e o bicudo do algodoeiro no algodão. O Brasil tem a segunda maior e uma das mais eficientes aviações agrícolas do Mundo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Agrícola (ANAC), que fiscaliza e monitora o setor, são mais de 2 mil aviões agrícolas no País, 240 empresas aeroagrícolas e 548 operadores privados, disponíveis para contribuir com a agricultura de forma mais eficiente como a semeadura e aplicação de fertilizantes, trato de florestas, combate a incêndios florestais, povoamento de rios e lagos.

Ao contrário do comumente se pensa, a aplicação de defensivos pelas aeronaves é ainda mais seguro para o meio ambiente e para os colaboradores envolvidos, diante da regulação e legislação específicas, cuja operação é fiscalizada por pelo menos cinco órgãos, como o Ministério da Agricultura, ANAC, IBAMA, secretarias estaduais e prefeituras, além de Ministério Público, CREA e outras instituições. Diante de toda a fiscalização, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Júlio Augusto Kampf, reforça sobre a segurança de todo o processo e que há muitos mitos que envolvem principalmente a aplicação de defensivos agrícolas no campo.

Além do fato de não se ter ninguém no campo no momento da aplicação, Kampf explica que é preenchido um relatório com informações profissionais, produto, condições meteorológicas, mapa com a localização da área aplicada e como foi o sobrevôo, sendo enviado mensalmente para o controle aos órgãos de fiscalização. “Não há como ocorrer o uso indiscriminado de defensivos na aviação agrícola. É uma ferramenta complexa de operação e bastante controlada e regulada. É um processo seguro e sem riscos de contaminação entre os envolvidos e do próprio alimento, é o que aponta os relatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirma.

O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, o produtor rural Júlio Busato, explica que o uso de aeronaves tem sido o principal diferencial no combate das pragas e doenças, a exemplo do bicudo do algodoeiro, por conta da eficiência, velocidade e segurança no suporte na aplicação dos defensivos agrícolas nas lavouras. “Sem o uso das aeronaves, precisaríamos utilizar uma quantidade muito maior de defensivos e com uma exposição mais prolongada do produto na lavoura. A depender do tamanho da área cultivada, a aplicação área tem o custo x benefício bem melhor do que a terrestre, o que seria necessário uma quantidade maior de aplicações e com menos eficiência no campo”, afirma. Ainda, segundo Busato, é um processo seguro que minimiza o impacto para o meio ambiente e o risco a segurança dos colaboradores.

Há 13 anos atuando na manutenção de aeronaves no oeste da Bahia, o sócio-proprietário da ABA Manutenção de Aeronaves, Ruddigger Alves da Silva, reforça a importância da aviação agrícola para o desenvolvimento econômico e social. “Hoje, cerca de 200 pessoas ligadas à empresa estão direta e indiretamente ligados ao setor de aviação agrícola na região. Antes, os serviços de manutenção eram realizados em outras capitais, como Salvador e Goiânia. Ao longo de todo este tempo, estamos formando mecânicos da própria região, que vem se capacitando e se adequando aos rigorosos protocolos da aviação civil no Brasil, principalmente quando se trata em uso para aplicação de defensivos nas lavouras”, afirma ele, que acredita no desenvolvimento da agricultura da região para aumentar os postos de trabalhos qualificados e a renda para o oeste da Bahia.

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