Avança a produção de algodão no Piauí

08.08.2011 | 20:59 (UTC -3)
Fernando Sinimbu

A área plantada com algodão no Piauí, nos últimos doze meses, deu um salto espetacular. Passou de 4.847 hectares em 2010, para 13.997 hectares este ano. O incremento foi de 188,77 por cento. A produção esperada é de 56.494 toneladas, com uma produtividade média de 4 toneladas por hectares de algodão em caroço. A informação é do IBGE, através do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.

Para dar suporte ao avanço dessa produção, a Embrapa Meio-Norte está testando, entre cultivares e linhagens de algodão, 38 materiais em Teresina, São João do Piauí e Bom Jesus, no estado do Piauí; e em São Raimundo das Mangabeiras, Colinas e Mata Rosa, no Maranhão. O estudo busca identificar os melhores materiais para recomendar aos produtores da região.

O pesquisador José Lopes Ribeiro, responsável pelas pesquisas, trabalha para identificar a melhor produtividade e as boas características das fibras, como comprimento e resistência, por exemplo. O estudo foca a produção de fibra à indústria têxtil, produção de óleo, além da torta como subproduto à alimentação animal.

“Esse é um trabalho contínuo que já vem desde 1993, nos cerrados do Piauí e Maranhão, com o objetivo de melhorar cada vez mais a produção de algodão na região”, lembra o pesquisador. Segundo ele, 16 cultivares de algodão, todas desenvolvidas pela Embrapa Algodão, com sede em Campina Grande, na Paraíba, já foram lançadas e recomendadas para o Meio-Norte.

José Lopes Ribeiro diz que os cerrados do Piauí e Maranhão exibem aptidão para o cultivo do algodoeiro herbáceo. Uma das âncoras dessa aptidão, no entender do pesquisador, são as “excelentes condições de solo e clima”, que possibilitam as práticas culturais mecanizadas. O regime de chuvas durante seis meses, com o período seco na época da colheita, favorecem uma produção de alta qualidade.

Em julho deste ano, foram lançadas duas novas cultivares de algodão herbáceo: a BRS 335 e a BRS 336. A BRS 335 apresenta boa produtividade, porte baixo e ciclo médio. Já BRS 336 é recomendada para os biomas Cerrado e Semiárido, cuja principal característica é a qualidade da fibra que varia de 32 a 34 milímetros.

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