Arrozeiros miram acordo do Mercosul para abrir União Europeia

Tema foi discutido em reunião da Federarroz com o Ministério da Economia, que garantiu medidas estruturais para o setor

06.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

Mais uma vez a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) teve intensa agenda em Brasília (DF) na primeira semana de junho. Representada pelo vice-presidente e presidente eleito da entidade, Alexandre Velho, participou de reuniões para discutir assuntos relacionados à cadeia produtiva. Uma das mais importantes foi junto ao Ministério da Economia quando mais uma vez o assunto do Mercosul foi pauta.

Segundo o dirigente da Federarroz, também foi reforçada a questão dos novos mercados em função da viagem do presidente Jair Bolsonaro à Argentina onde tratará com o presidente Mauricio Macri do acordo com a União Europeia. "Este assunto está na pauta e existe um volume inicialmente de 150 mil toneladas de arroz incluído no acordo e nós solicitamos que este volume seja de pelo menos 600 mil toneladas para que tenhamos condição de aumentar o volume exportado e abrir novos mercados com a União Europeia", destacou.

No Ministério da Economia, também foi tema de reunião questões relacionadas à desoneração do setor arrozeiro. Conforme Velho, foi informado que a pasta está preparando medidas estruturais para o arroz que estão sendo trabalhadas dentro do Ministério, relativas à energia elétrica, tarifas portuárias e cabotagem e facilitação da importação de máquinas e implementos agrícolas do Mercosul.

Já em reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), o tema novamente foi o Fundo de Aval, onde o vice-presidente da Federarroz afirmou que houve avanços em se viabilizar uma taxa de juros menores para as dívidas. A novidade apresentada pela instituição é um modelo que o produtor possa quitar suas dívidas junto aos fornecedores de insumos. O prazo inicialmente seria de cinco anos, com dois de carência, mas os arrozeiros solicitaram que o prazo seja de sete anos com os mesmos dois anos de carência, tendo o produtor cinco anos para pagar. 

Já a taxa de juros sugerida foi de 11% ao ano e a solicitação da Federarroz foi de redução. "Deixamos claro que isso não resolve o endividamento mas atende uma parte específica de problemas que os produtores têm diretamente com os fornecedores de insumos. É um capital de giro para que os produtores possam quitar suas dívidas e possam ter um fôlego para ter uma condição melhor de comercialização", enfatiza Velho.

Na agenda, também ocorreram reuniões no Ministério da Agricultura para tratar de temas como o Plano Safra e a comercialização do arroz, assim como a abertura de mercados foi assunto no Ministério das Relações Exteriores.

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