Estudo revela novo perfil da agricultura no nordeste paulista
Nos últimos 30 anos, pastagens, grãos e citros deixaram de ocupar cerca de 1,5 milhão de hectares nas bacias dos rios Mogi-Guaçu e Pardo, no nordeste do estado de São Paulo
A unidade de sementes do Grupo Agroceres, que reúne as marcas Sementes Biomatrix e Santa Helena Sementes, investe no programa de novos híbridos de milho e sorgo e em novo centro de pesquisas em Sorriso/MT. A empresa possui um portfólio com genética própria de híbridos, garantindo independência tecnológica de empresas multinacionais. Essa estratégia permitiu seu crescimento no mercado de sementes de maneira sólida e sustentável nos últimos anos.
Segundo Jânio Delboni, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da unidade de Sementes do Grupo Agroceres, em um programa de criação de híbridos, o primeiro passo é gerar novas populações com diversidade genética que possibilite à empresa obter linhagens superiores, parte integrante dos novos híbridos. “No processo de obtenção de linhagens, podemos lançar mãos de várias ferramentas como autofecundação, retrocruzamento, haploidia, marcadores moleculares, entre outros”, explica. Uma estratégia para aumentar a diversidade genética é a internalização de germoplasma exótico, originário de vários países que permite a introdução de novas características e aumento de produtividade.
Aliado a isso, outro importante passo no programa de melhoramento foi a internalização da ferramenta de seleção genômica, incorporada com modelos de dominância em parceria com pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, que permitiu também aumentar a eficiência dos ganhos genéticos.
No caso específico de híbridos para silagem, algumas características são importantes como tolerância à requeima de folhas, tipo de grãos e digestibilidade da fibra. “Nesse ponto a Helix sempre foi uma empresa muito focada, pois, no início de suas atividades em 2005, optou por ter um programa de melhoramento exclusivo para o mercado de silagem de planta inteira e de grãos úmidos. Após mais de uma década de trabalho, a empresa permanece firme nesse segmento, o que nos permitiu selecionar e ofertar híbridos exclusivos nesse segmento de nutrição animal”, afirma.
Delboni explica ainda que a porção fibrosa da planta de milho ou sorgo representa mais de 50% do total da matéria seca produzida e há uma variação muito grande na digestibilidade desta fração. “A melhor metodologia para avaliar esta característica é a avaliação diretamente no rumem do animal. Para isso contamos com animais especialmente preparados para este fim – os animais fistulados”, diz. Segundo o gerente de P&D, com essa ferramenta é possível avaliar a qualidade da FDN (Fibra em Detergente Neutro) em todo o programa de melhoramento genético para silagem - desde a formação das novas populações, que serão autofecundadas para obtenção de linhagens com características superiores para silagem, até o produto final, que são os híbridos silageiros.
Atualmente a estrutura de pesquisa inclui estações de desenvolvimento de híbridos em Minas Gerais (Patos de Minas e Ipiaçu) que também realizam ensaios que avaliam híbridos em todo País. Este ano, ainda em fase de construção, o centro de pesquisa em Sorriso/MT iniciou as atividades testando novos híbridos para o milho segunda safra.
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