Agtech de monitoramento de aviões agrícolas cresce 120% em dois anos

Dominus Soli prevê dobrar receita na safra 2019-20; método de análise que está na terceira atualização otimiza efeito de defensivos agrícolas e protege organismos vivos, como abelhas

28.11.2019 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A racionalização de investimentos do agronegócio nas aplicações de defensivos agrícolas e a exigência da sociedade por uma agricultura mais sustentável deram origem, há cerca de cinco anos, à startup Dominus Soli. Criadora de um software de última geração para monitoramento de aviões agrícolas, denominado Spray Plan, a empresa cresceu 120% entre as safras 2016-17 e 2018-19. Para o ciclo 2019-20, a meta da Dominus Soli é dobrar o faturamento pela ampliação da carteira de clientes na fronteira agrícola.

De acordo com os sócios-fundadores da empresa, Antonio Loures e Marco Antonio Lino, o software Spray Plan surgiu de um projeto de inovação e hoje transfere a gestores do agronegócio um conjunto de informações relevante, para avaliar resultados de aplicações de defensivos agrícolas por via aérea. Recentemente, a ferramenta também recebeu adaptações para orientar voos de drones nas aplicações de produtos nas lavouras.

Dados da empresa, segundo seus sócios, apontam que a adoção do sistema aumenta a efetividade de cobertura de defensivos agrícolas de 75% para até 96% de uma área tratada. “Pelo diagnóstico de falhas nas aplicações, o sistema amplia o potencial produtivo de lavouras e ao mesmo tempo protege organismos vivos que não estão no alvo, como as abelhas”, resume o sócio Lino. Os clientes da empresa, observa ele, são principalmente usinas de açúcar e etanol e produtores de algodão, arroz, citros, hortifrútis e soja.

Para o sócio Loures, a crescente necessidade de o produtor rural conciliar produtividade agrícola com a mitigação do impacto ambiental de defensivos agrícolas impulsionou de vez o negócio da startup. “Crescemos bastante, e continuaremos a crescer, pela entrega de resultados robustos ao produtor”, destaca ele.

Conforme os executivos, o software Spray Plan já está na terceira atualização. “O sistema planeja, avalia e corrige parâmetros como largura de faixa programada, aplicação efetiva, vazão, volumes de calda depositados fora de áreas planejadas, áreas não cobertas por produtos e aplicações sobrepostas. É possível ainda controlar e redirecionar o volume de insumos utilizado”, continua Lino.

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O sócio Antonio Loures lembra que um dos clientes da empresa chegava registrar perdas diretas da ordem de R$ 700 mil em insumos fornecidos a aeronaves, enquanto, em contrapartida, havia a expectativa de ganho de pelo menos R$ 1,8 milhão na safra, ante o investimento em agroquímicos. “Pelo menos 16% da área dele, de 30 mil hectares, não eram cobertos pelo fungicida. Ou seja, em torno de 5 mil hectares ficavam sem tratamento efetivo, a despeito da totalidade de produto embarcada.”

Ainda conforme seus sócios, a Dominus Soli tornou-se recentemente parceira da Alvo Consultoria, tida como uma referência do segmento de treinamentos e difusão de conhecimentos sobre aplicação de agroquímicos. O método da Alvo, reforçam Loures e Lino, transfere resultados de ponta aos tratamentos de lavouras. A Alvo é dirigida pelo consultor Glauberto Moderno.

“Atuamos com objetivo de integrar todas as partes envolvidas na aplicação aérea: agrônomos, pilotos e prestadoras de serviços de aviação”, finaliza Marco Antonio Lino.

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