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O coronavírus deve afetar todos os setores da economia, mas, dentre todos, um tem vantagem e deve sair ileso da crise: o agronegócio. A afirmação é do professor da FECAP e especialista na área José Luiz Tejon Megido.
Segundo Tejon, o macrossetor do agribusiness movimenta cerca de U$$ 20 trilhões no mercado global, incluindo toda a cadeia produtiva do "antes, dentro e pós-porteira" das fazendas. E, com os preços altos das commodities e do dólar, são ótimas as perspectivas para o Brasil.
"O agro significa cerca de 25% do total do PIB brasileiro, com uma expressão gigantesca na economia do País e também no potencial de capilaridade e distribuição de renda por todo o interior", diz.
Para o especialista, o ponto positivo que faz o Brasil sair na frente é o fato de sermos autossuficientes em muitas cadeias produtivas e fornecedores de produtos que já estão com preços elevados internacionalmente, como soja, milho, proteína animal, café, açúcar, papel e celulose e citrus.
Tejon vê ainda potencial de expansão considerável em muitas outras vertentes do setor. "Somos o terceiro maior produtor mundial de frutas e exportamos apenas cerca de 3% do que produzimos. Ou seja, com foco, planejamento e plano de negócios, temos no agronegócio a grande oportunidade de reiniciar o País, alavancando nossa economia nos próximos três anos com fundamentos sólidos e realistas", prevê o professor.
Ele acredita ainda que é possível dobrar o agronegócio brasileiro de tamanho, visando a receitas de U$$ 1 trilhão de dólares nos próximos cinco anos. "É possível e temos inteligência e condições de fazer. Esta crise pode ser o chacoalhão que nos levará a isso. E neste cenário, o cooperativismo terá papel fundamental em todo o País e nas relações da intercooperação no mundo todo", comenta.
Em síntese, a liderança é o insumo mais vital para minimizar o tamanho da crise no agronegócio. "Conforme estudos internacionais, o setor é o que sofrerá os menores impactos comparados a todos os demais setores econômicos e industriais no mundo", finaliza.
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