Abiove fala sobre soja sustentável do Brasil para a indústria europeia de rações

Presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, participou do 27º Congresso da Fefac – Federação Europeia da Indústria de Rações, em Antalya, Turquia, e explicou as ações do Brasil e do setor privado visa

22.04.2016 | 20:59 (UTC -3)
Abiove

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, falou hoje sobre o fornecimento de soja sustentável do Brasil para a indústria europeia de rações, no congresso anual da Fefac que termina nesta sexta-feira, na cidade turca de Antalya.

Os produtores de ração animal da Europa preocupam-se com a origem sustentável do farelo de soja exportado pelo Brasil, a principal fonte de suprimento daquela indústria. O próprio tema do 27º Congresso da Fefac – aceitação social da produção de ração animal na União Europeia – denota a preocupação com a sustentabilidade do produto importado. Os consumidores europeus se importam com a origem da soja. Querem se certificar de que a oleaginosa provém de cultivos em fazendas que não foram desmatadas ilegalmente no Brasil e cujos proprietários respeitam as legislações trabalhistas do País.

Em sua apresentação, Lovatelli respondeu as principais questões geralmente levantadas pelos europeus, desde os resultados dos dez anos da Moratória da Soja no bioma Amazônia, data que se comemora no próximo mês de julho, até a situação atual da implementação do novo Código Florestal e de seus principais instrumentos, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA).

Ultimamente, depois de dois road shows da Abiove na Europa, para falar da evolução da governança ambiental brasileira e do papel do setor privado na promoção de uma sojicultura sustentável, a Fefac incluiu em suas conversas com o Brasil o programa Soja Plus, de gestão econômica, social e ambiental das propriedades rurais.

A Fefac, a Abiove e a Aprosoja/ MT estão estudando a eventual compatibilidade entre os indicadores socioambientais da indústria europeia de rações e os do Soja Plus, para o desenvolvimento de um programa de parceria.

Sobre o Soja Plus, Lovatelli informou que o programa, implantado em quatro estados – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais - abrange 977 propriedades em uma área de 2,2 milhões de hectares, onde são produzidas 6,6 milhões de toneladas de soja.

Por meio de cursos, dias de campo, palestras e check list de indicadores socioambientais, o Soja Plus capacita os sojicultores a gerir de forma adequada as suas fazendas, levando em conta as rigorosas legislações trabalhistas e ambientais. O programa fornece aos produtores rurais cursos e materiais de forma gratuita. Eles fazem as adequações necessárias, de forma gradativa e contínua, de acordo com suas possibilidades financeiras. O Soja Plus tem tido boa aceitação por parte dos proprietários rurais e prevê expandir-se para outros estados com produção significativa de soja.

Quanto à Moratória da Soja, o presidente da Abiove explicou que os resultados de dez anos do pacto, pelo qual a indústria, desde 2006, não compra nem financia soja proveniente de áreas desmatadas no bioma Amazônia, mostram que a oleaginosa não é um vetor relevante de desmatamento naquela região. A soja é responsável por menos de 1% do desflorestamento total do bioma Amazônia.

Lovatelli destacou, também, que 82% da vegetação nativa do bioma Amazônia estão preservados e que no Cerrado esse nível de preservação atinge 60%.

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