Abacate com café é alternativa de renda em Minas

10.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

Minas Gerais deve alcançar, neste ano, uma safra de abacate de aproximadamente 33 mil toneladas. A estimativa é da Secretaria da Agricultura do Estado, com base em levantamento de sua vinculada Emater-MG. Até setembro de 2008, Minas já contava com uma colheita da ordem de 26 mil toneladas, aponta o levantamento. A colheita deste ano deve igualar a produção de 2007

Os pomares de abacate estão espalhados praticamente por todo o território mineiro, numa área de 2,4 mil hectares, mas o grande pólo é o Alto Paranaíba, com uma produção de cerca de 23,2 mil toneladas em 1,5 mil hectares de plantio, aproximadamente. Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria, João Ricardo Albanez, “a maior oferta de abacate no Estado é na base da monocultura, mas existe também a experiência do cultivo consorciado”.

No Sul de Minas, onde área de cultivo alcança 375 hectares e a produção é da ordem de 5,3 mil toneladas anuais, o plantio do abacate com o de café dá bons resultados desde 1990. O sistema ganha força atualmente, porque representa alternativa de receita e atende às recomendações para a preservação ambiental.

O cafeicultor João Lincoln Reis Veiga tem 200 hectares plantado de café, sendo cinco hectares em consórcio com pés de abate. Os pomares estão localizados na Fazenda Congonhal e na Fazenda Santa Lídia, no município de Nepomuceno. “O abacate complementa a renda obtida com o café”, destaca.

Uma das grandes vantagens do cultivo do abacate em consórcio com o café é que as grandes árvores representam boa proteção contra a geada, e o produtor enfatiza também os bons resultados na parte de preservação ambiental. “Por isso, pretendemos aumentar a área de plantio consorciado”, informa Veiga. Essa decisão pode ser parte de uma estratégia maior de fortalecimento da produção de café nas propriedades, porque o produtor diz que “a cultura está atravessando um momento crítico, com preços baixos e mão-de-obra cara escassa”.

O produtor afirma que o cultivo do abacate isoladamente também é lucrativo, e nessa condição ele mantém o plantio da fruta em 25 hectares, com produção direcionada para os mercados de São Paulo e de Belo Horizonte, o segundo incluído recentemente. “Vendemos apenas para consumo de mesa e nunca houve demanda de indústrias”, acrescenta Veiga. A cotação do abacate tem pequenas variações, dando uma receita acima de R$ 8,00 para a caixa de vinte frutos entre setembro e outubro. Para o produtor, há sinais de que as vendas deste ano serão melhores que as de 2007.

De acordo com Veiga, a pequena variação dos resultados na área do abacate tem sua explicação na demora da incorporação de novos pés na produção, cerca de quatro ou cinco anos. A manutenção dos abacateiros não é muito cara, pois o que a planta mais exige é a pulverização, e nesse caso o custo mais alto é o dos equipamentos.

O maior produtor mundial de abacate é o México, ficando o Brasil em quarto lugar no ranking, com uma produção aproximada de 173 mil toneladas em área de 12 mil ha. A produção mundial alcança cerca de 3,2 milhões de toneladas e área de 416 mil ha, segundo a FAO.

O Brasil tem grandes plantios de abacate principalmente na Região Sudeste, seguida pelo Nordeste e Sul, sendo o Estado de São Paulo o maior produtor.Nas outras posições estão o Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Ceará.

Ivani Cunha

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

(31) 3215-6568 / www.agricultura.mg.gov.br

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