A importância do Programa Pulses entre Brasil e Índia

UPL/Advanta e Embrapa se unem para realizar pesquisa sobre novos cultivos para no país

14.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Amanda Pimentel

Com acordos realizados há mais ou menos um ano, a UPL e Advanta, juntas a Embrapa e com auxílio do MAPA, firmaram um acordo com a Índia para buscarem uma solução para a nutrição da população do país asiático que é fundamentado em alimentação vegetariana. Segundo a FAO, Food and Agriculture Organization of the United Nations, o consumo de proteína na Índia está abaixo do recomendado por dia. A expectativa é que em 2018 o país necessite importar 21 milhões de toneladas desses grãos.

 “Mas, o que são pulses afinal? Pulses são sementes secas e comestíveis da família das leguminosas. Alimento rico em proteína. São elas: ervilhas, grãos-de-bico, lentilhas e feijões”, explica Wagner Seara, Gerente de Marketing de Tratamento de Sementes da UPL.

Nesse cenário, a UPL e a Advanta, que são empresas da multinacional Indiana UPL Global, visando permitir que o Brasil possa entrar nesse mercado, começaram uma série de pesquisas com a Embrapa, que estão acontecendo desde o início do ano nas regiões: Brasília/DF, Cristalina/GO, Montes Claros/MG, Patos de Minas/MG, Primavera do Leste/MT, Dourados/MS, Coxilha/RS e Vacaria/RS, onde estão testando as adaptabilidades de quatro tipos de leguminosas importadas da Índia, dentre elas duas variedades de grão-de-bico, duas de lentilha e, em breve, iniciará mais duas para feijão mungo e duas para feijão guandú, denominados como pulses.

“O Projeto ainda está no início, existem muitas avaliações e testes que precisam ser realizados antes de concluirmos e possibilitarmos que os produtores que quiserem, possam começar a produzir”, explica Gustavo Hidalgo, Gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Advanta Sementes.

Após as colheitas os pulses serão avaliados sob o aspecto de quinze itens, como: estande inicial, florescimento, doenças, maturação fisiológica, altura da planta, número de vagens por planta, peso de mil grãos, qualidade do grão e das sementes etc., para então compreender qual é a real qualidade das espécies cultivadas, como deverá ser a recomendação para o manejo adequado de pragas e doenças, quais são elas e, se o produto final encontrado dessas cultivares atende as demandas da Índia.

“Estamos ainda em um estágio inicial. Mas, em breve poderemos compartilhar alguns resultados sobre como nosso estudo está caminhando”, explica Wagner.  O programa Pulses poderá em um futuro próximo representar uma das culturas a ser realizada como complemento entre os cultivos que ocorrem do verão ao inverno para soja, milho, algodão, arroz e trigo. “E por isso, será uma excelente oportunidade de alternativa de mercado para produtores”, finaliza Seara.

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