Secale cereale

15.01.2025 | 08:42 (UTC -3)
Foto: Embrapa Trigo
Foto: Embrapa Trigo

O centeio, conhecido cientificamente como Secale cereale L., é um cereal de estação fria amplamente valorizado tanto para alimentação humana quanto animal.

Ele também é utilizado como planta de cobertura para melhorias no solo.

Introduzido no Brasil por imigrantes europeus, é reconhecido pela sua rusticidade e adaptabilidade a condições adversas.

Nomes comuns

  • Centeio
  • Rye (em inglês)

Biologia

O centeio é uma planta de polinização cruzada, caracterizada por seu sistema radicular profundo, que lhe confere alta capacidade de absorção de água e nutrientes, mesmo em solos pobres.

A planta pode atingir até 160 cm de altura e possui tolerância excepcional ao frio, suportando temperaturas de até -35°C em sua fase de aclimatação.

Condições de desenvolvimento

O centeio adapta-se a uma ampla faixa de condições climáticas. Ideal para regiões de maior altitude e anos frios e secos, desenvolve-se bem em temperaturas entre 0°C e 13°C durante o crescimento vegetativo.

Apesar de sua resistência ao frio, altas temperaturas durante a floração podem comprometer sua produtividade.

Exigências de solo

  • pH ideal: 5,0 a 7,0
  • Solos arenosos e bem drenados
  • Boa resistência a solos ácidos e pobres em nutrientes

Calagem e adubação

Apesar de tolerar acidez, recomenda-se corrigir o pH do solo para valores entre 5,5 e 6,0.

  • Nitrogênio: aplicar de 10 a 15 kg/ha na semeadura e o restante em cobertura.
  • Fósforo e potássio: a quantidade varia conforme a análise do solo, geralmente aplicados na semeadura.

Micronutrientes como enxofre devem ser considerados apenas em solos com baixos níveis de matéria orgânica.

Semeadura

  • Época: março a julho, dependendo da finalidade (pasto ou grãos) e da região.
  • Densidade: 200 a 250 sementes/m² para grãos; até 350 sementes/m² para forragem.
  • Espaçamento: 17 a 20 cm entre linhas.
  • Profundidade: 2 a 4 cm.

Pragas, doenças e plantas daninhas

  • Pulgões: reduzem a produtividade por sucção de seiva. As principais espécies: Metopolophium dirhodum (pulgão-da-folha), Sitobion avenae (pulgão-da-espiga), Schizaphis graminum (pulgão-verde-dos-cereais), Rhopalosiphum padi (pulgão-da-aveia), Rhopalosiphum rufiabdominale (pulgão-da-raiz).
  • Lagartas: consomem folhas e espigas, especialmente em fases críticas. As principais: Pseudaletia sequax, Pseudaletia adultera, Spodoptera frugiperda.
  • Corós: atacam sementes e raízes, causando falhas no plantio. Exemplos: Diloboderus abderus (coró-da-pastagem) e Phyllophaga triticophaga (coró-do-trigo).
  • Outras pragas relatadas: Acromyrmex spp., Atta spp., Collaria oleosa, Collaria scenica, Conoderus scalaris, Diabrotica speciosa, Dichelops spp., Elasmopalpus lignosellus, Nezara viridula, Pantomorus sp., Thyanta perditor.
  • Ferrugem do colmo (Puccinia graminis): controlada por cultivares resistentes e manejo adequado.
  • Brusone (Magnaporthe oryzae): prevenção com rotação de culturas e fungicidas.
  • Mal-do-pé (Gaeumannomyces graminis): rotação com espécies não suscetíveis é essencial.
  • Outras doenças: clavagem (causada por Claviceps purpurea), giberela ou fusariose (causadas por Gibberella zeae), helmintosporiose (causada por Bipolaris sorokiniana), mosaico-comum (causado por Polymyxa graminis), nanismo-amarelo (causado por Barley/Cereal yellow dwarf virus), podridão comum de raízes (causada por Bipolaris sorokiniana)

O centeio é eficiente no controle de ervas daninhas, especialmente em sistemas de plantio direto, devido à liberação de compostos alelopáticos.

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