
O pyridachlometyl é um fungicida desenvolvido para o controle de doenças fúngicas em culturas agrícolas. Ele representa uma nova classe química projetada para combater a resistência a fungicidas existentes.
Nome comum (ISO): Pyridachlometyl
Sinônimos: S-2190 (código de desenvolvimento da Sumitomo Chemical); Fuseki (nome comercial do produto formulado).
Fórmula bruta: C17H11ClF2N2
Número CAS: 1358061-55-8
Classe química: fungicida da classe das piridazinas (derivado de piridazina tetrasubstituída). Pertence ao grupo de moduladores da dinâmica da tubulina (código FRAC 53), sendo um promotor de polimerização da tubulina fúngica.
Ano de lançamento: anunciado em 2017 pela Sumitomo Chemical como um novo ingrediente ativo (código S-2190). Houve registro no Japão como produto Fuseki Flowable (primeiro fungicida contendo pyridachlometyl).
Histórico de desenvolvimento: o desenvolvimento do pyridachlometyl foi liderado pela Sumitomo Chemical Co., Ltd., com foco em fungicidas com modos de ação novedosos para gerenciar a resistência. O processo iniciou-se em 1998 com o composto líder BAS600F (5-cloro-7-(4-metilpiperidin-1-il)-6-(2,4,6-trifluorofenil)-[1,2,4]triazolo[1,5-a]pirimidina), descrito em uma patente da American Cyanamid Company, que exibia ampla atividade antifúngica sem resistência cruzada. Em 2003, a Sumitomo identificou um farmacóforo chave (dois átomos de nitrogênio no anel heterocíclico e dois grupos fenil) em um derivado imidazo[1,2-a]pirimidina. Para simplificar a estrutura e facilitar a comercialização, aplicou-se substituição bioisostérica, transformando o [1,2,4]triazolo[1,5-a]pirimidina em um anel piridazina em 2005, gerando uma nova classe de compostos piridazínicos tetrasubstituídos. Otimizações adicionais em atividade antifúngica, segurança mamífera e processos de síntese industrial (via intermediários piridazinona ou reações de acoplamento Grignard) culminaram na seleção do pyridachlometyl como candidato em 2012. Ensaios de campo entre 2015 e 2022 confirmaram sua eficácia contra manchas foliares em beterraba, soja e oídio em diversas culturas. O composto é sintético e não apresenta casos de resistência registrados até o momento.
Modo de ação: o pyridachlometyl atua como modulador da dinâmica da tubulina, ligando-se especificamente ao bolso de ligação da vinblastina na interface entre as subunidades α e β da tubulina fúngica durante a polimerização. Isso promove a polimerização da tubulina ou inibe a despolimerização, disruptando a dinâmica dos microtúbulos fúngicos essenciais para divisão celular, crescimento e morfologia dos fungos filamentosos. Diferente de outros fungicidas tubulina-targeting como carbendazim ou tiabendazol (que se ligam ao bolso de colchicina no interior da β-tubulina), o pyridachlometyl exibe ausência de resistência cruzada com classes como DMIs, QoIs e SDHIs. Fenotipicamente, induz inchaço nas extremidades de conídios de fungos como Zymoseptoria tritici. Mutações resistentes ocorrem em β-tubulina (N219K, Y222N/S) ou α-tubulina (P325H/S/T), confirmadas por modelagem homóloga, simulações de docking e ensaios de ligação competitiva.

