
Plasmopara viticola causa a doença popularmente conhecida como míldio da videira. Embora frequentemente confundida com um fungo, sua taxonomia a coloca no reino Chromista, como um oomiceto.
Domínio: Eukaryota
Clade: SAR (Stramenopiles, Alveolates, Rhizaria)
Clade: Stramenopiles
Clade: Pseudofungi
Classe: Oomycetes
Ordem: Peronosporales
Família: Peronosporaceae
Gênero: Plasmopara
Espécie: P. viticola
Do ponto de vista taxonômico, Plasmopara viticola pertence a um grupo de organismos mais relacionados às algas do que aos fungos verdadeiros. Essa distinção explica a composição de sua parede celular à base de celulose e a presença de esporos móveis, os zoósporos.
Essa característica biológica não é apenas uma curiosidade científica; ela tem implicações práticas profundas, pois fungicidas desenvolvidos para combater fungos tradicionais muitas vezes não são eficazes contra o míldio.
A biologia de Plasmopara viticola é um ciclo perfeitamente adaptado ao seu hospedeiro e ao ambiente. O patógeno sobrevive ao inverno como oósporos, estruturas de resistência presentes nas folhas caídas.
Na primavera, com o aumento da temperatura do solo e a presença de chuvas, os oósporos germinam, liberando zoósporos que infectam as novas folhas da videira. A partir dessa infecção primária, o ciclo se torna explosivo.
Em condições de alta umidade e temperaturas amenas, o patógeno produz novos esporos em apenas alguns dias, espalhando-se rapidamente e causando infecções secundárias em uma escala epidêmica.
Essa dependência crítica de água e temperatura faz com que a ecologia da doença seja intrinsecamente ligada ao clima, tornando o míldio um problema particularmente grave em regiões de cultivo com verões quentes e úmidos.
As interações ecológicas de P. viticola são a base para o seu controle. Sendo um parasita obrigatório, o míldio só pode prosperar em tecidos vivos da videira. A suscetibilidade varia entre as espécies de videira, sendo Vitis vinifera (europeia) consideravelmente mais vulnerável do que as variedades americanas, que co-evoluíram com o patógeno. Esse fato é explorado no melhoramento genético para desenvolver cultivares mais resistentes.
No manejo prático, o monitoramento meteorológico é a principal ferramenta. Os produtores utilizam modelos de previsão para identificar o risco de infecção, permitindo a aplicação de tratamentos preventivos de forma precisa, evitando a proliferação da doença antes que ela cause danos irreversíveis aos cachos de uva.
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