
Helicoverpa zea consiste em uma das pragas agrícolas mais destrutivas e amplamente distribuídas no mundo. Recebe diversos nomes comuns, como lagarta-do-algodão ou lagarta-da-espiga. Esses nomes podem variar conforme a cultura e a região.
Pertencente à família Noctuidae, essa espécie de lepidóptero apresenta características biológicas e comportamentais que a tornam altamente adaptável e prejudicial para diversas culturas agrícolas.
Sua classificação taxonômica:
- Domínio: Eukaryota (organismos com células eucarióticas, que possuem núcleo delimitado por membrana)
- Reino: Animalia (inclui organismos multicelulares heterotróficos, como animais.)
- Filo: Arthropoda (caracterizado por organismos com corpo segmentado, exoesqueleto e apêndices articulados)
- Classe: Insecta (inclui insetos, que são artrópodes com três partes principais do corpo: cabeça, tórax e abdômen, além de seis pernas)
- Ordem: Lepidoptera (compreende borboletas e mariposas, caracterizadas por asas cobertas por escamas)
- Família: Noctuidae (família de mariposas noturnas)
- Gênero: Helicoverpa (gênero de lepidópteros que inclui várias espécies de grande importância econômica)
- Espécie: Helicoverpa zea
Origem e distribuição geográfica
A origem de Helicoverpa zea está nas Américas, onde se desenvolveu como uma praga polífaga, capaz de se alimentar de mais de 100 espécies vegetais. Essa capacidade de adaptação permitiu sua disseminação por regiões tropicais, subtropicais e temperadas, desde o sul do Canadá até a Argentina.
Nos Estados Unidos, ela é particularmente problemática em cultivos de milho, algodão e tomate. No Brasil, ataca especialmente áreas de milho, soja e algodão.
O gênero Helicoverpa é frequentemente confundido com o gênero Heliothis. Todavia, são distintos em termos taxonômicos e biológicos.

Ciclo de vida e características biológicas
O ciclo de vida de H. zea inclui quatro estágios principais: ovo, larva, pupa e adulto.
Os ovos, esféricos e pequenos, são depositados isoladamente ou em pequenos grupos sobre folhas, flores ou frutos das plantas hospedeiras.
Após a eclosão, as larvas emergem e passam por cinco ou seis ínstares, alimentando-se vorazmente de tecidos vegetais, especialmente estruturas reprodutivas, como flores, frutos e sementes. Este estágio larval é o mais destrutivo, pois causa danos diretos às partes economicamente mais valiosas das culturas.
Após completarem o desenvolvimento larval, as lagartas entram na fase de pupa, geralmente no solo ou em restos culturais, antes de emergirem como mariposas adultas.
Os adultos são mariposas noturnas, com envergadura de aproximadamente 3 a 4 cm e coloração variável nas asas anteriores (tons de marrom, cinza ou verde).
Durante sua vida curta, as fêmeas podem depositar centenas de ovos, perpetuando o ciclo de vida da praga. Essa alta taxa reprodutiva, aliada à sua capacidade de dispersão, contribui para a rápida proliferação de H. zea em áreas agrícolas.
Impacto econômico e danos causados
Helicoverpa zea causa grande impacto econômico. Suas larvas atacam diretamente as estruturas reprodutivas das plantas, comprometendo a formação de frutos e sementes.
No milho, penetram nas espigas, causando danos aos grãos e facilitando infecções por fungos.
No algodão, destroem as maçãs, reduzindo a qualidade da fibra.
Já no tomate, os frutos atacados tornam-se impróprios para consumo ou comercialização. Além disso, os ferimentos abertos pelas larvas servem como porta de entrada para patógenos secundários, como fungos e bactérias, exacerbando os prejuízos.
Estima-se que os danos causados por H. zea resultem em perdas econômicas bilionárias anualmente, considerando tanto as reduções na produtividade quanto os custos associados ao controle da praga.
Estratégias de controle
Devido à sua alta adaptabilidade e resistência a inseticidas, o manejo de Helicoverpa zea exige abordagens integradas.
O monitoramento é essencial, utilizando armadilhas com feromônios sexuais para capturar adultos e estimar a população.
O controle biológico também desempenha um papel crucial, com a preservação e introdução de inimigos naturais, como parasitoides (Trichogramma spp.) e predadores (joaninhas e percevejos).
Biopesticidas à base de Bacillus thuringiensis (Bt) são outra ferramenta importante no combate à praga.
O desenvolvimento de variedades geneticamente modificadas que expressam toxinas Bt representa um avanço significativo no controle de H. zea. Essas variedades conferem resistência à praga, reduzindo a necessidade de aplicação de inseticidas químicos.
Além disso, práticas culturais, como a rotação de culturas e a eliminação de restos culturais após a colheita, ajudam a interromper o ciclo de vida da praga.
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