Drosophila suzukii

30.01.2025 | 14:28 (UTC -3)
Fotos: Regis Sivori Silva dos Santos
Fotos: Regis Sivori Silva dos Santos

Drosophila suzukii, comumente conhecida como mosca-da-asa-manchada (DAM), é uma praga de grande relevância para a fruticultura devido ao seu impacto em diversas culturas de frutos de casca fina.

Nomes comuns

  • Mosca-da-asa-manchada (DAM)
  • Spotted Wing Drosophila (SWD)

Culturas atacadas

A mosca-da-asa-manchada infesta uma ampla variedade de frutos, especialmente aqueles de casca fina, incluindo: amora, araçá, framboesa, goiaba, mirtilo, morango e pitanga.

Biologia

Drosophila suzukii, diferentemente de outras espécies do gênero Drosophila, é capaz de atacar frutas ainda intactas. Essa característica deve-se ao ovipositor (estrutura de postura de ovos) altamente serrilhado das fêmeas, que permite a perfuração da casca de frutos sadios para a deposição dos ovos.

O ciclo de vida de D. suzukii varia de acordo com a temperatura e disponibilidade de alimento. Em condições favoráveis, pode completar um ciclo em 10 a 15 dias, permitindo que várias gerações ocorram ao longo de uma única safra. O ciclo inclui os seguintes estágios:

  • Ovo: branco e alongado, mede cerca de 0,6 mm, sendo depositado dentro do fruto. Possui dois filamentos respiratórios que se projetam para fora da casca.
  • Larva: é cilíndrica e de coloração esbranquiçada. Alimenta-se da polpa do fruto, causando sua deterioração. As larvas passam por três instares antes da pupação.
  • Pupa: pode se desenvolver tanto dentro do fruto quanto no solo, próxima às plantas hospedeiras. Apresenta coloração marrom-clara e mede aproximadamente 3 mm.
  • Adulto: pequeno, medindo 2 a 3 mm de comprimento, apresenta olhos vermelhos e corpo de coloração amarelada a marrom-clara. Os machos possuem manchas escuras características nas asas, enquanto as fêmeas apresentam um ovipositor serrilhado.

A temperatura influencia diretamente no desenvolvimento e na taxa de reprodução da D. suzukii. Em climas quentes, o ciclo é mais curto, favorecendo um rápido aumento populacional. Em temperaturas abaixo de 10°C, o desenvolvimento é reduzido e os adultos podem entrar em diapausa.

As fêmeas podem depositar 300 a 600 ovos ao longo de sua vida, que pode durar entre 20 a 60 dias, dependendo das condições ambientais. Esse alto potencial reprodutivo favorece a disseminação da praga.

Ecologia e características

Drosophila suzukii tem origem na Ásia e se dispersou globalmente devido ao comércio de frutas e às condições climáticas favoráveis. Atualmente, está presente em diversas regiões do mundo, incluindo América do Norte, Europa e América do Sul, onde representa uma ameaça à fruticultura comercial.

A espécie se adapta bem a climas temperados e subtropicais, sendo encontrada em áreas de cultivo de frutas, especialmente em regiões de altitude moderada, onde a umidade favorece sua sobrevivência.

A fêmea identifica os frutos maduros por meio de estímulos químicos e visuais. Utiliza seu ovipositor para perfurar a casca e depositar os ovos no interior do fruto. Uma única fêmea pode infestar múltiplos frutos, tornando a disseminação da praga rápida e difícil de conter.

Os adultos de D. suzukii são altamente móveis e podem voar curtas distâncias em busca de novos hospedeiros. No entanto, sua principal forma de dispersão ocorre através do transporte de frutas infestadas. Além disso, em ambientes protegidos, como estufas, a praga pode se manter ativa durante todo o ano.

Fatores que influenciam sua abundância:

  • Temperatura: climas amenos favorecem a praga; em temperaturas extremas (acima de 30°C ou abaixo de 0°C), sua sobrevivência é reduzida.
  • Umidade: alta umidade relativa (acima de 60%) favorece o desenvolvimento das larvas e a longevidade dos adultos.
  • Disponibilidade de alimento: frutas maduras ou em maturação são os principais alvos. A presença de resíduos de frutas no campo pode contribuir para a manutenção das populações.

Danos

Os danos primários são causados pela fêmea durante a oviposição e pelas larvas que se alimentam da polpa dos frutos, levando ao colapso e tornando-os impróprios para o consumo. Danos secundários ocorrem devido ao desenvolvimento de microrganismos, como fungos e bactérias, que aceleram a decomposição dos frutos.

Controle

Para o manejo eficaz de Drosophila suzukii, são recomendadas as seguintes estratégias:

  • Armadilhas: utilizar armadilhas tipo caça-moscas, iscadas com uma mistura de fermento biológico, açúcar e água, posicionadas estrategicamente nas áreas de cultivo. Substituir o atrativo a cada 15 dias e eliminar o material coletado.
  • Armazenamento a frio: manter os frutos colhidos em temperaturas abaixo de 5°C para reduzir o desenvolvimento da praga e diminuir os danos durante a comercialização.
  • Colheita frequente: realizar colheitas regulares, evitando que frutos maduros permaneçam nas plantas ou caiam ao solo.
  • Controle biológico: embora já tenham sido registrados insetos parasitoides de D. suzukii no Brasil, sua eficácia ainda é limitada. O uso de fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana, pode ser uma alternativa, devendo-se realizar aplicações no final do dia e evitar períodos de tratamento com fungicidas para controle de doenças nas plantações.
  • Controle químico: aplicar produtos nos períodos de maior atividade da praga, geralmente pela manhã (7h às 9h) e à tarde (15h às 18h). É fundamental verificar quais moléculas estão autorizadas para as culturas alvo antes da aplicação e realizar a rotação de grupos químicos para evitar o desenvolvimento de resistência.
  • Eliminação de resíduos: Coletar e eliminar frutos impróprios, realizando tratamento térmico (solarização) antes do descarte. Armazenar os resíduos em sacos plásticos vedados e expô-los ao sol por pelo menos 24 horas antes do descarte em composteiras.
  • Manejo: evitar rachaduras nos frutos através de práticas adequadas de irrigação. Prevenir danos mecânicos durante os tratos culturais.

Para saber mais sobre Drosophila suzukii, clique em:

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