Acidovorax avenae subsp. avenae

09.03.2025 | 13:41 (UTC -3)
Estria-vermelha em cana-de-açúcar - Foto: Laudecir Lemos Raiol Júnior
Estria-vermelha em cana-de-açúcar - Foto: Laudecir Lemos Raiol Júnior

Acidovorax avenae subsp. avenae é uma bactéria fitopatogênica conhecida por causar doenças como a estria-vermelha em cana-de-açúcar; a mancha-marrom ou estria-aquosa em arroz; e a queima-bacteriana ou mancha-aquosa em milho e sorgo.

No Brasil, foi descrita pela primeira vez em 1935, no Estado do Rio de Janeiro.

Culturas atacadas

Esta bactéria afeta diversas culturas agrícolas.

Entre elas:

  • arroz (Oryza sativa);
  • cana-de-açúcar (Saccharum officinarum);
  • milho (Zea mays);
  • sorgo (Sorghum bicolor).

Sintomas

Os sintomas variam conforme a cultura.

No arroz, aparecem estrias marrons nas folhas.

Na cana-de-açúcar, manifesta-se a estria-vermelha (estrias avermelhadas nas folhas). Esses sintomas podem estender-se para o meristema apical, causando a podridão do topo. Em condições favoráveis, a podridão manifesta-se no colmo, gerando rachaduras pelas quais escorre líquido fétido.

No milho e no sorgo, ocorre a queima bacteriana das folhas.

Em gramíneas forrageiras, a bactéria causa a etiologia bacteriana e o declínio, afetando a qualidade do gramado.

Etiologia e características

Acidovorax avenae subsp. avenae é uma bactéria gram-negativa pertencente à família Comamonadaceae. É aeróbia e móvel por flagelos polares. A infecção ocorre principalmente em condições de alta umidade e temperatura elevada. Cresce em meio contendo asparagina como única fonte de carbono e nitrogênio.

A bactéria pode ser transmitida por sementes infectadas, sobrevivendo entre as glumas e o pericarpo ou mais profundamente na semente.

Sobrevive por longos períodos em sementes armazenadas a baixas temperaturas. Não é comum sua sobrevivência no solo ou em restos de culturas.

Classificação taxonômica:

  • Domínio: Bacteria
  • Filo: Proteobacteria
  • Classe: Betaproteobacteria
  • Ordem: Burkholderiales
  • Família: Comamonadaceae
  • Gênero: Acidovorax
  • Espécie: Acidovorax avenae
  • Subespécie: Acidovorax avenae subsp. avenae

Características gerais:

  • Bactéria Gram-negativa, em forma de bastonete.
  • Aeróbica e móvel, com flagelos polares.
  • Sobrevive em restos culturais, solo e sementes infectadas.
  • Disseminação ocorre por água, vento, insetos e práticas agrícolas.

Mecanismos de infecção:

  • Penetração: a bactéria penetra na planta por ferimentos ou aberturas naturais, como estômatos ou hidatódios.
  • Multiplicação: uma vez dentro do tecido vegetal, a bactéria se multiplica no espaço intercelular, utilizando nutrientes da planta.
  • Produção de enzimas e toxinas: a bactéria produz enzimas (como pectinases e celulases) que degradam a parede celular da planta, facilitando a colonização. Além disso, toxinas podem ser liberadas, causando danos aos tecidos e sintomas visíveis.
  • Disseminação sistêmica: em alguns casos, a bactéria pode se mover através do sistema vascular da planta, causando infecções sistêmicas.

Controle

O controle da Acidovorax avenae subsp. avenae envolve várias práticas.

Recomenda-se o uso de sementes certificadas e livres de patógenos para evitar a introdução da bactéria na lavoura.

A rotação de culturas com espécies não hospedeiras ajuda a reduzir o inóculo no campo.

A eliminação de plantas voluntárias e de hospedeiros alternativos nas proximidades da área cultivada é importante para diminuir fontes de inóculo. A utilização de cultivares resistentes, quando disponíveis, é uma estratégia eficaz.

Em casos específicos, pode-se aplicar produtos químicos registrados para a cultura visando o controle da bactéria (clique aqui para saber quais).

Mais informações podem ser obtidas na Revista Cultivar Grandes Culturas 305 (clique aqui).

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