
Acidovorax avenae subsp. avenae é uma bactéria fitopatogênica conhecida por causar doenças como a estria-vermelha em cana-de-açúcar; a mancha-marrom ou estria-aquosa em arroz; e a queima-bacteriana ou mancha-aquosa em milho e sorgo.
No Brasil, foi descrita pela primeira vez em 1935, no Estado do Rio de Janeiro.
Culturas atacadas
Esta bactéria afeta diversas culturas agrícolas.
Entre elas:
- arroz (Oryza sativa);
- cana-de-açúcar (Saccharum officinarum);
- milho (Zea mays);
- sorgo (Sorghum bicolor).
Sintomas
Os sintomas variam conforme a cultura.
No arroz, aparecem estrias marrons nas folhas.
Na cana-de-açúcar, manifesta-se a estria-vermelha (estrias avermelhadas nas folhas). Esses sintomas podem estender-se para o meristema apical, causando a podridão do topo. Em condições favoráveis, a podridão manifesta-se no colmo, gerando rachaduras pelas quais escorre líquido fétido.
No milho e no sorgo, ocorre a queima bacteriana das folhas.
Em gramíneas forrageiras, a bactéria causa a etiologia bacteriana e o declínio, afetando a qualidade do gramado.
Etiologia e características
Acidovorax avenae subsp. avenae é uma bactéria gram-negativa pertencente à família Comamonadaceae. É aeróbia e móvel por flagelos polares. A infecção ocorre principalmente em condições de alta umidade e temperatura elevada. Cresce em meio contendo asparagina como única fonte de carbono e nitrogênio.
A bactéria pode ser transmitida por sementes infectadas, sobrevivendo entre as glumas e o pericarpo ou mais profundamente na semente.
Sobrevive por longos períodos em sementes armazenadas a baixas temperaturas. Não é comum sua sobrevivência no solo ou em restos de culturas.
Classificação taxonômica:
- Domínio: Bacteria
- Filo: Proteobacteria
- Classe: Betaproteobacteria
- Ordem: Burkholderiales
- Família: Comamonadaceae
- Gênero: Acidovorax
- Espécie: Acidovorax avenae
- Subespécie: Acidovorax avenae subsp. avenae
Características gerais:
- Bactéria Gram-negativa, em forma de bastonete.
- Aeróbica e móvel, com flagelos polares.
- Sobrevive em restos culturais, solo e sementes infectadas.
- Disseminação ocorre por água, vento, insetos e práticas agrícolas.
Mecanismos de infecção:
- Penetração: a bactéria penetra na planta por ferimentos ou aberturas naturais, como estômatos ou hidatódios.
- Multiplicação: uma vez dentro do tecido vegetal, a bactéria se multiplica no espaço intercelular, utilizando nutrientes da planta.
- Produção de enzimas e toxinas: a bactéria produz enzimas (como pectinases e celulases) que degradam a parede celular da planta, facilitando a colonização. Além disso, toxinas podem ser liberadas, causando danos aos tecidos e sintomas visíveis.
- Disseminação sistêmica: em alguns casos, a bactéria pode se mover através do sistema vascular da planta, causando infecções sistêmicas.
Controle
O controle da Acidovorax avenae subsp. avenae envolve várias práticas.
Recomenda-se o uso de sementes certificadas e livres de patógenos para evitar a introdução da bactéria na lavoura.
A rotação de culturas com espécies não hospedeiras ajuda a reduzir o inóculo no campo.
A eliminação de plantas voluntárias e de hospedeiros alternativos nas proximidades da área cultivada é importante para diminuir fontes de inóculo. A utilização de cultivares resistentes, quando disponíveis, é uma estratégia eficaz.
Em casos específicos, pode-se aplicar produtos químicos registrados para a cultura visando o controle da bactéria (clique aqui para saber quais).
Mais informações podem ser obtidas na Revista Cultivar Grandes Culturas 305 (clique aqui).