No Brasil, um agronegócio tecnológico, regulamentado e sério
A proteção e o registro de cultivares, no País, correspondem a dois assuntos diferentes e separados
Com DNA inovador e focado em tecnologias bem aplicadas, os tratores de pequeno porte da LS Tractor se destacam no cultivo de hortifrúti na Serra gaúcha, trabalhando em operações que exigem agilidade nas manobras, estabilidade nos terrenos acidentados, versatilidade no deslocamento e conforto ao operador.
O cultivo de hortaliças e frutas de qualidade para a comercialização em grandes quantidades exige profissionalização dos produtores e sistemas eficientes. Um dos grandes desafios neste segmento é o equilíbrio entre mão de obra e aplicação de mecanização. A produção de hortaliças, por exemplo, exige o emprego de pessoas que realizam operações manuais em atividades como plantio, colheita, seleção e encaixotamento. Por outro lado, é impossível pensar em produzir competitivamente sem a adoção de mecanização em praticamente todas as etapas do processo, desde a descompactação da terra, o preparo dos canteiros, o transporte de mudas e a aplicação de defensivos. São coisas que andam lado a lado e são importantes para definir a qualidade final do produto e o seu valor de mercado. O mesmo vale para o cultivo de frutas, onde o mercado exige alta qualidade dos produtos.
É por isso que a escolha de tratores e implementos adequados, tanto em relação à dimensão quanto em relação aos opcionais, pode definir se o produtor terá uma safra tranquila ou cheia de contratempos. São muitos fatores que podem influenciar no resultado final, como paradas desnecessárias, perdas de janelas de aplicação, intervenções equivocadas e atrasos que acabarão aumentando o custo de produção. Além disso, comprometerão a qualidade do produto, que deve ter tamanho certo, sabor adequado e ainda ser fresco o suficiente para resistir ao transporte e continuar atraente nas gôndolas.
Para acompanhar a jornada de alguns produtores de hortifrúti da Serra gaúcha, a equipe da Revista Cultivar HF visitou propriedades que utilizam mecanização e que encontram nos tratores da LS Tractor as qualidades e competências que precisam. Durante um dia inteiro de outono, com bastante sol e temperatura agradável, fomos guiados pelos vales e morros da Serra gaúcha pelo gerente da loja matriz da Trator Serra, de Caxias do Sul, Julio Cesar Carniel. Como a viagem aconteceu no período da pandemia de coronavírus, a equipe seguiu todas as indicações de segurança e medidas de prevenção exigidas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, que estavam em vigência no período da realização da matéria. Mas nem por isso deixamos de encontrar pessoas trabalhando com prazer nas atividades que gostam e que compartilharam conosco as suas experiências.
Para conhecer o uso do trator marca LS, modelo U60 cabinado, nos deslocamos até a localidade de Nova Palmira, distrito de Vila Cristina, no município de Caxias do Sul. Esse lugar é histórico para Caxias do Sul, pois foi lá que surgiram as primeiras demarcações no final do século 19, quando a cidade se emancipou de São Sebastião do Caí.
Na região é visível que um grande número de famílias se dedica à intensa atividade da horticultura, que abastece todo o mercado de Caxias do Sul e região. Não há dúvida que esta atividade é exclusiva para profissionais e pessoas que aceitam fazer parte de uma rotina de muita dedicação e necessidade de intenso trabalho.
Estivemos na propriedade da família Papke, de origem alemã, como muitas da região, que se dedica na maioria à horticultura, manejando ao redor de 24 hectares de área total. O produtor Rodrigo Papke nos atendeu com a amabilidade característica e nos explicou todo o envolvimento do trator no seu sistema de produção. Junto com ele trabalha a sua família, formada pelo pai Helio Papke, a mãe Hermínia Papke e a esposa Tatiana Papke.
Ele nos explicou que a produção se concentra mais no inverno, quando são produzidas as principais culturas de folhas. Em uma área plana e bem próxima da estrada principal, a RS-452, e da residência da família, são cultivados repolho, alface e chicória com plantio em fevereiro e colheita de agora em diante. E outras culturas, entre elas o pimentão e a abobrinha, as quais deve ocorrer o plantio até agosto, para colheita no verão.
Cliente tradicional de outra marca, ele conheceu o trator LS através de uma demonstração feita a vizinhos, teve oportunidade de testá-lo e comprou com o apoio do Programa Mais Alimentos há seis anos, decidindo-se pelo modelo U60, equipado com cabine, pois seu principal uso é na aplicação de produtos químicos de proteção, principalmente contra os insetos. Também pela comodidade oferecida, o trator passou a ser utilizado na colheita de milho, feita com uma colhedora de uma linha, marca Jumil, acoplável ao trator, pois a cabine traz conforto, impedindo a chegada do pó até o operador.
Ele nos explicou que a tendência de plastificação de canteiros diminuiu o uso de tratores na região. Neste sistema de condução, em que o plástico dura dois anos, a principal cultura é o pimentão.
Conhecendo a rotina da família nota-se que é muito intensa e há poucos períodos de folga. O trabalho não para nunca, não permitindo folga de mais de dois dias. No verão se produz o milho e para isto, de modo prévio, deve-se desmanchar os canteiros das hortaliças com uma enxada rotativa. O produtor nos contou que pela característica da área, em anos úmidos também cultiva o milho sobre canteiros. A produção de grão é toda reservada para o consumo da família e os animais da casa.
Logo depois do milho, em fevereiro, começa a temporada de verduras, sendo necessário voltar a montar os canteiros e, para isso, deve usar escarificador e enxada rotativa. Em seguida, é realizada a adubação química e orgânica com esterco de cama de frango e se monta o canteiro com o canteirador, independentemente que depois venham a ser plastificados ou não.
As mudas utilizadas na produção de verduras são feitas na propriedade da família, que possui estufa, dependendo apenas de aproximadamente 10% de fornecimento externo. Com as mudas prontas, vem a parte mais difícil do trabalho, que é o transplantio, tarefa que é feita com o corpo agachado e realizando movimentos de rotação do tronco. A colheita também é atividade desgastante, pois é feita seletivamente, principalmente na alface e no repolho, durando aproximadamente duas semanas. A família utiliza um sistema de irrigação por aspersores, com água proveniente de uma lagoa natural ou eventualmente do Rio Caí, que passa ao lado.
Toda a produção é levada nas segundas e quintas-feiras à Ceasa em Caxias do Sul em caminhão próprio. A Ceasa absorve em torno de 20% da produção, a maior parte restante é comercializada a clientes particulares principalmente de Lagoa Vermelha, Vacaria e Marau.
Tivemos a oportunidade ver o trator trabalhando na operação de montagem de canteiros, com uma enxada rotativa com canteirador da marca MEC-RUL. Este equipamento monta canteiros para todas as culturas revestidos de plástico ou não, nas dimensões de 1,20m de largura com dimensão final de 1m e altura de 20cm. Durante o trabalho pôde-se ver uma das características positivas do modelo, que é o vão livre, suficiente para manter o centro de gravidade baixo e ao mesmo tempo adequado para a operação e todas outras que necessitam uma certa altura do veículo ao solo. Outra vantagem é que no caso de necessitar realizar valas e drenos para irrigação e drenagem, o LS U60 tem um super-redutor, que proporciona velocidades bastante reduzidas.
Atualmente o trator da família Papke está com 458 horas, no período de seis anos da aquisição. Este uso se concentra nas atividades principais e mais qualificadas, sendo o único trator que faz os tratamentos fitossanitários na propriedade. Embora mantenha um trator de outra marca, o LS passou a ser o trator principal da produção da família.
O produtor tem laços bem próximos e mostra-se muito satisfeito com o atendimento da concessionária Trator Serra, que tem loja em Caxias do Sul e postos avançados em Veranópolis e Vacaria. O gerente Julio nos explicava que desde a abertura da loja, em abril de 2013, já foram vendidos perto de mil tratores e que se nota um enorme crescimento da marca na região. Sobre o trator, que é apenas utilizado por ele e seu pai, o produtor fez muitos elogios, entre os quais destaca-se para o seu trabalho a presença do reversor de sentido como o principal. Mas ele não deixou de elogiar que houve melhora em tudo após a aquisição, principalmente nas manobras, em que o raio de giro possibilita que ele faça a manobra e entre no canteiro adjacente, além da possibilidade de que a marcha que vai para frente seja a mesma que manobra e anda para trás. Isto fez com que se diminuísse o tempo perdido, agilizando o trabalho. Com respeito à manutenção, fez questão de ressaltar que apenas foram feitas trocas de óleo e limpeza de filtros, não tendo ocorrido nenhuma manutenção corretiva. Também reforçou que a cabine atendeu as expectativas, vedando muito bem a entrada do pó e das substâncias aplicadas nas pulverizações. Na sua opinião, o ar-condicionado é muito bom e atende muito bem às necessidades.
Encontramos o trator LS U60 nas atividades de horticultura. O modelo é cabinado e utiliza motor da marca LS, modelo L4AL-T1-Tier 3, de quatro cilindros, com 2.500cm3 e turbocomprimido, com quatro válvulas por cilindro, que desenvolve 65cv de potência na rotação nominal de 2.500rpm pela norma ISO TR 14396. O torque máximo é de 203Nm a 1.600rpm.
A transmissão é sincronizada Synchro Shuttle de 32 marchas à frente e 16 à ré, com super-redutor (creeper) e reversor mecânico. A tomada de potência (TDP), com potência de 58cv, é independente, com acionamento eletro-hidráulico em três rotações, 540/750/1.000rpm. A rotação de 750rpm pode ser utilizada como TDP econômica.
O eixo dianteiro é motriz, com acionamento mecânico. O sistema hidráulico de três pontos é da categoria II e tem vazão total de 55 litros por minuto. A pressão máxima é de 167kgf/cm2 e a capacidade de levante na rótula chega a 2.200kgf. São duas as válvulas de controle (VCR) na versão standard e três como opcional, com vazão máxima de 36,4 litros/minuto.
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