Métodos de combate à podridão radicular em soja
Combate à podridão radicular por fitóftora em soja registrou progressos importantes em métodos e alternativas para evitar o problema
Espécie considerada secundária, a broca-do-colmo tem causado preocupação aos produtores de arroz irrigado no Rio Grande do Sul por conta do aumento na população do inseto e também nos danos provocados à cultura. Perdas de até 410kg/ha já foram observadas em estudos experimentais na última safra. Seu controle passa por diversas medidas como eliminação de plantas daninhas, destruição da resteva, adubação equilibrada e preservação de inimigos naturais.
Os insetos fitófagos que atacam as lavouras de arroz irrigado são considerados importantes quando ocorrem com maior frequência e causam danos. As perdas na produção são elevadas, pois ao infestarem as lavouras da semeadura até a colheita, os prejuízos são significativos e chegam a até 37%.
Nas últimas safras a incidência de insetos tem preocupado o produtor, pois além do aumento das populações, uma espécie secundária tem ocorrido com maior frequência e causado perdas. É o caso da broca-do-colmo, Diatraea saccharalis, que se encontra em expansão. Pelas condições climáticas favoráveis ao inseto e provavelmente pela redução de predadores, o produtor deve estar atento e realizar o monitoramento em sua lavoura.
A broca-do-colmo, atualmente, ocorre em várias regiões orizícolas do Rio Grande do Sul, porém as principais infestações são verificadas na região da Fronteira Oeste, onde mostrou um comportamento diferente ao atacar o grão. Também nas regiões da Planície Costeira Interna e na Planície Costeira Externa, muitas lavouras foram atacadas.
Os adultos de hábito noturno estão abrigados nas plantas durante o dia e se caracterizam por apresentarem asas anteriores de coloração amarelo-palha, com pontos escuros e asas posteriores mais claras. As fêmeas realizam as posturas nas folhas, agrupadas, com aspecto de escamas. Após sete dias, em média, surgem as lagartas, que passam por seis estágios; no primeiro instar ficam nas folhas, depois penetram no colmo, podendo permanecer até a fase de pupa. O estágio de lagarta é de aproximadamente 30 dias. A seguir ocorre a fase de pupa, com duração aproximada de dez dias, e posteriormente surgem os insetos adultos.
É considerada uma das principais pragas da cana-de-açúcar, todavia ataca outras culturas com importância econômica como milho, sorgo, trigo e pastagens. Essa diversidade de hospedeiros facilita a permanência da praga nas lavouras e sua disseminação.
O monitoramento deve ocorrer durante o estádio de maior suscetibilidade da planta, através da presença de adultos e das posturas. Como o inseto está presente praticamente durante todo o ciclo da cultura. Recomenda-se obter as amostras a partir da fase de alongamento do colmo até próximo à colheita. O monitoramento deve ser realizado abrindo-se as plantas para verificar a incidência do inseto.
O número de amostras e o tamanho da área de coleta vão determinar a eficiência do método. Quanto mais amostras, maior a precisão. As amostras devem ser obtidas em pontos ao acaso, percorrendo a lavoura em sentido transversal. Recomenda-se a realização de no mínimo 20 amostras a 30 amostras, iniciando-se a 10m das bordas da lavoura e se analisando em média dez colmos por ponto.
Pelo hábito de permanecer no interior da planta os sintomas são observados quando já ocorreram os danos. Muitas vezes são confundidos com os causados pelo percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris). No caso do ataque pela broca-do-colmo, o sintoma pode ser identificado pela ocorrência de um orifício e, geralmente, pela presença de resíduos da lagarta.
As lagartas de primeiro instar ficam sob a bainha das folhas causando o amarelecimento da parte externa. Porém, o ataque das lagartas aos colmos na fase vegetativa geralmente começam a partir de 30 dias após o início da irrigação, causando a morte da folha central, sintoma conhecido por “coração morto”. Estas partes das plantas, se puxadas, soltam-se com facilidade.
No estágio de emissão da panícula pela penetração de lagartas pequenas no internódio superior, ocorre o secamento parcial ou total das panículas, com o sintoma conhecido como “panículas brancas”. As lagartas podem deixar os colmos e atacarem outras plantas próximas.
Além do hábito da lagarta de atacar o colmo das plantas hospedeiras, na região da Fronteira Oeste foram identificados ataques da broca-do-colmo diretamente nos grãos de arroz. Neste período, a lagarta se alimenta do grão em formação, podendo atacar vários grãos por panícula.
Os danos provocados pela lagarta no ataque aos colmos e grãos, mesmo não sendo de ocorrência generalizada na lavoura, têm ocasionado perdas na produtividade, chegando a 10% de redução.
Em estudos experimentais realizados na última safra, no município de Alegrete, ocorreram perdas no rendimento de grãos de 410kg/ha, ou mais de oito sacos/ha, demonstrando os prejuízos causados por esse inseto-praga à lavoura de arroz irrigado no estado.
Como os danos causados pelas lagartas da broca-do-colmo ocorrem no interior do colmo, onde o controle é difícil, vários métodos importantes devem ser adotados.
As plantas hospedeiras nos canais de irrigação, nas ruas e bordas da lavoura, devem ser eliminadas para evitar que os insetos se abriguem no período da hibernação. Porém a grama existente nestes locais deve ser cortada e não eliminada, para manter os inimigos naturais.
A eliminação da resteva após a colheita, através de incorporação por grade ou rolo faca, vai auxiliar na redução da população do inseto. As partes mais altas da lavoura que contém a palha são os locais favoráveis ao abrigo deste inseto.
Uma adubação equilibrada vai formar plantas mais fortes, maior número de afilhos, raízes mais desenvolvidas, suportando melhor o ataque das pragas.
Os inimigos naturais representam um papel importante, uma vez que reduzem a população das pragas, tornando-as mais estáveis. Pode-se favorecer o aumento da população dos predadores, ao evitar a queima da resteva e de áreas próximas da lavoura. Dentre as principais espécies de inimigos naturais destacam-se as aranhas, que desempenham um papel importante no controle dos insetos devido a sua constante presença e à relativa abundância durante todas as fases da cultura. Durante o dia ficam na parte inferior das plantas, subindo no final da tarde para a captura dos insetos. Outros predadores como libélulas, tesourinhas e gafanhotos também são importantes, pois se alimentam de insetos adultos, ovos e pequenas lagartas.
As diversas espécies de inimigos naturais do arroz irrigado são de grande importância nas práticas de manejo dos insetos, razão pela qual devem ser monitoradas e preservadas.
Jaime Vargas de Oliveira, Unitec; Danielle Almeida, Irga/EEA; Luciano Araujo Freitas, Igor M. de Oliveira Pias, Caal
Artigo publicado na edição 197 da Cultivar Grandes Culturas.
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