Diagnose precoce da ferrugem asiática da videira

A ferrugem asiática da videira é uma doença agressiva que exige diagnóstico rápido e preciso para prevenir prejuízos à produtividade e qualidade dos frutos

18.10.2016 | 21:59 (UTC -3)

A ferrugem asiática da videira é causada pelo fungo Phakopsora euvitis e foi relatada pela primeira vez em 1988, em toda a Ásia oriental. No Brasil, foi identificada no estado do Paraná, seguido de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Pernambuco.

Para detectar a doença no campo é preciso observar a superfície inferior das folhas, examinando-as cuidadosamente para verificar se há ocorrência de pústulas amareladas que se espalham sob as folhas. Nessas pústulas são formados milhares de urediniosporos. Sobre a folha afetada observa-se clorose, seguida de necrose dos tecidos.

Diagnóstico

A confirmação e o diagnóstico deste fungo são realizados em laboratório, observando-se as pústulas e preparando lâminas para observação dos urediniosporos e teliosporos ao microscópio ótico.

Sintomas


Disseminação e epidemiologia

Folhas de videira infectadas são fontes de dispersão dos esporos, principalmente pelo vento. Essa facilidade em disseminar-se resulta em ciclos repetidos de infecção na videira. Pesquisas revelaram que a temperatura ótima para a germinação dos esporos é de 24°C com um mínimo de 8°C e um máximo de 32°C, que, associada à alta umidade, pode dar início às epidemias. Em climas tropicais e subtropicais, o fungo persiste apenas no estado uredinial sem necessidade de um hospedeiro alternativo e podem sobreviver a condições desfavoráveis em gemas dormentes. Nas regiões mais frias, o fungo ocorre preferencialmente no final do ciclo da cultura. O ciclo completo dessa ferrugem ocorre apenas na Ásia, onde existe a planta hospedeira alternativa do fungo, chamada Meliosma myriantha, que não ocorre no Brasil.

Controle da doença

Cultivares como a Itália (V. vinifera), Isabel (Vitis labrusca x V. vinifera) e Niágara são suscetíveis à ferrugem. No entanto, são as mais consumidas, necessitando, portanto, do uso de fungicidas para o controle da doença. Em regiões tropicais, durante a estação seca, deve-se podar a parreira, evitando-se o período de maior precipitação durante a fase de maturação da uva.

Em relação ao controle químico, até o momento somente quatro produtos fungicidas são registrados para controle da ferrugem da videira:

Produtos registrados para o controle da ferrugem da videira

Ingrediente Ativo (Grupo Químico)

Formulação

Classe

Classificação Ambiental

Metiram (alquilenobis (ditiocarbamato) + piraclostrobina (estrobilurina)

WG- Granulado Dispersível

III

II

tebuconazol (triazol)

EC-Concentrado Emulsionável

III

II

tebuconazol (triazol)

EC-Concentrado Emulsionável

I

II

tebuconazol (triazol)

EC-Concentrado Emulsionável

III

II

Ingrediente Ativo (Grupo Químico)

Formulação

Classe

Classificação Ambiental

Metiram (alquilenobis (ditiocarbamato) + piraclostrobina (estrobilurina)

WG- Granulado Dispersível

III

II

tebuconazol (triazol)

EC-Concentrado Emulsionável

III

II

tebuconazol (triazol)

EC-Concentrado Emulsionável

I

II

tebuconazol (triazol)

EC-Concentrado Emulsionável

III

II

Fonte: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons

Clique aqui para ler o artigo na Revista Cultivar Hortaliças e Frutas, edição 79.


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