
Willaertia magna é uma ameba termofílica não patogênica, pertencente ao grupo de protozoários livres, que tem sido explorada para o desenvolvimento de soluções de biocontrole em agricultura.
Especificamente, o lisado de Willaertia magna C2c Maky (uma forma inativada da ameba por lise celular) é utilizado como substância ativa em produtos fungicidas biológicos. Esse lisado atua como um elicitor de defesas naturais das plantas e possui atividade fungicida direta, oferecendo uma alternativa sustentável aos fungicidas químicos sintéticos.
Taxonomia: Willaertia magna pertence ao domínio Eukaryota, filo Discoba, classe Heterolobosea, ordem Tetramitia, subordem Eutetramitia, família Vahlkampfiidae, gênero Willaertia e espécie magna. É uma ameba termofílica (cresce optimalmente a 40°C) isolada de águas termais, com ciclo de vida incluindo formas amebóide, flagelada e quística.
Nome comum (ISO): não possui nome comum padronizado pela ISO (International Organization for Standardization) para pesticidas, pois é um agente biológico recente. O nome regulatório aprovado pela EFSA e EPA é "lysate of Willaertia magna C2c Maky" (lisado de Willaertia magna C2c Maky), usado em contextos de registro de produtos fitossanitários.
Sinônimos: anteriormente classificado como Naegleria magna (baseado em morfologia de cistos), mas reclassificado em 1984 como Willaertia magna por filogenia molecular.
Cepa específica: C2c Maky (depósito ATCC PTA-7824).
Classe química: substância bioquímica (biopesticida). Especificamente, um lisado de protozoário (ameba) com propriedades elicitoras e fungicidas, categorizado como "low-risk active substance" pela EFSA devido à sua origem natural e baixa toxicidade.
Ano de Lançamento
Desenvolvimento inicial: 2018 - 2020 (primeiros estudos de aplicação agrícola).
Lançamento comercial em 2022 nos EUA (aprovação EPA para produtos como Axpera).
Histórico de desenvolvimento: descoberta em 1998 nas águas termais de Aix-les-Bains (França) pelo Professor Philippe Pernin, como predador natural de bactérias aquáticas (ex.: Legionella pneumophila). Inicialmente explorada pela empresa Amoéba para biocídio em tratamento de águas industriais (produto Amoéba). Em 2018 e 2019, estudos revelaram potencial fungicida do lisado contra patógenos vegetais, levando à classificação como pesticida bioquímico pela EPA em agosto de 2019. Artigos científicos em 2020 demonstraram eficácia em videiras e batatas, com parcerias para formulações (ex.: pós molháveis). Aprovações regulatórias aceleraram o lançamento, EPA em 2022 (isenção de tolerância para resíduos) e EFSA em 2025.
Modo de ação: o lisado atua em dois níveis:
(a) elicitação de defesas da planta; estimula a expressão de genes de resistência (ex.: PR-genes e vias de sinalização de jasmonato/salicilato), ativando respostas imunológicas sistêmicas;
(b) atividade fungicida direta; inibe o crescimento micelial, a liberação de zoósporos e a germinação de esporos de fungos patogênicos, possivelmente por competição nutricional ou liberação de compostos antifúngicos do lisado. É sistêmico e residual, com baixa dose (0,5–1 L/ha).
Números de patentes: US 20200390826 A1, WO 2018202583 A1, EP 4186367 A1 e outras.
