
O ácaro Tetranychus urticae (Koch, 1836), popularmente conhecido como ácaro-rajado, é uma das pragas mais significativas na agricultura global.
Pertencente à família Tetranychidae, esse aracnídeo polífago afeta mais de 1.100 espécies vegetais, incluindo culturas economicamente importantes como soja, feijão, tomate, morango, uva e algodão.
Sua biologia singular, aliada à capacidade adaptativa, transforma-o em um desafio constante para o manejo sustentável em sistemas agrícolas.
- Reino: Animalia
- Filo: Arthropoda
- Subfilo: Chelicerata
- Classe: Arachnida
- Ordem: Trombidiformes
- Superfamília: Tetranychoidea
- Família: Tetranychidae
- Gênero: Tetranychus
- Espécie: Tetranychus urticae
Danos causados às plantas
O ácaro alimenta-se do conteúdo celular das folhas, perfurando as células mesofílicas e sugando seu conteúdo. Isso resulta em pontuações cloróticas, amarelamento, necrose e queda prematura das folhas, comprometendo a fotossíntese e reduzindo a produtividade.
Em culturas como o tomate e o morango, os danos afetam não apenas a quantidade, mas também a qualidade dos frutos.
Em ambientes protegidos, como estufas, infestações severas podem levar à morte das plantas, gerando prejuízos significativos.
Biologia e ciclo de vida
Tetranychus urticae possui um ciclo de vida extremamente curto, completando o desenvolvimento de ovo a adulto em até 7 dias sob condições ideais de temperatura (25–35 °C) e baixa umidade relativa do ar (abaixo de 60%). O ciclo compreende cinco estágios: ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto.
As fêmeas são altamente férteis, podendo pôr mais de 100 ovos durante sua vida, o que intensifica a pressão populacional. A reprodução ocorre tanto de forma sexuada quanto partenogenética, ampliando sua capacidade de dispersão.
Os adultos, com cerca de 0,5 mm de comprimento, apresentam coloração variável (verde, amarela, marrom ou vermelha) e duas faixas escuras longitudinais, características marcantes.
Etiologia e fatores ambientais
A proliferação de Tetranychus urticae está intrinsecamente ligada a fatores biológicos, ambientais e culturais.
Condições de alta temperatura e baixa umidade favorecem seu desenvolvimento, enquanto plantas estressadas hídrica ou nutricionalmente tornam-se mais suscetíveis ao ataque.
Sua polifagia e a produção de teias finas, utilizadas para proteção e dispersão pelo vento, ampliam sua capacidade invasiva.
Além disso, práticas agrícolas inadequadas eliminam inimigos naturais e selecionam populações resistentes, agravando os danos.

Estratégias de manejo integrado
Devido à rápida adaptação e desenvolvimento de resistência a acaricidas, o controle eficaz de Tetranychus urticae requer abordagens integradas.
- Controle biológico: utilização de predadores naturais, como os ácaros Phytoseiulus persimilis e Neoseiulus californicus, eficazes em ambientes protegidos e de alta umidade. Insetos como Chrysoperla carnea e Orius spp., além de fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae), complementam o controle em diferentes condições climáticas.
- Controle cultural: manejo adequado da irrigação para aumentar a umidade e reduzir o estresse hídrico das plantas. Eliminação de plantas daninhas (ex.: Sida spp., Malva spp.), que servem como reservatórios da praga. Rotação de culturas e manutenção de biodiversidade para atrair inimigos naturais.
- Controle químico: uso racional de acaricidas com diferentes modos de ação para evitar resistência. Alternância de produtos e aplicação estratégica, priorizando fases iniciais da infestação.
- Tecnologias emergentes: pesquisas com extratos vegetais (nim, alho), óleos essenciais e RNA de interferência (RNAi) mostram potencial para controle sustentável.
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