Frankliniella schultzei é conhecida popularmente como tripes ou tripes-da-folha. Esse nome refere-se a seu hábito de se alimentar das folhas e flores das plantas hospedeiras.
Culturas atacadas
Esta espécie ataca diversas culturas agrícolas de relevância, como soja, algodão, tomate, pimentão, manga e hortaliças em geral.
Além disso, é encontrada em plantas ornamentais e daninhas, o que aumenta sua dispersão.
Biologia
Frankliniella schultzei é uma espécie pertencente à ordem Thysanoptera e à família Thripidae.
Esses insetos são pequenos, medindo de 1 mm a 2 mm na fase adulta, com coloração que varia do marrom ao preto. Possuem asas franjadas e um aparelho bucal raspador-sugador, utilizado para se alimentar de células epidérmicas e do conteúdo intracelular de plantas hospedeiras.
A reprodução é predominantemente partenogenética, ou seja, as fêmeas podem gerar descendentes sem fertilização dos ovos pelos machos.
Cada fêmea coloca entre 50 e 75 ovos ao longo de sua vida, dependendo das condições climáticas e do acesso a recursos alimentares. O ciclo de vida é rápido, durando de 15 a 18 dias em condições favoráveis.
Etapas:
- Ovos: depositados nas folhas, flores ou frutos das plantas.
- Larvas: apresentam coloração amarelada e são ágeis. Esse estágio é ativo, caracterizado pela alimentação constante.
- Pré-pupa e pupa: ocorrem geralmente no solo ou em locais protegidos da planta, onde o inseto se desenvolve para a fase adulta.
- Adultos: têm longevidade média de duas semanas e continuam a se alimentar e se reproduzir, aumentando rapidamente a população durante surtos.
Ecologia e características
Frankliniella schultzei é altamente adaptável, podendo explorar uma ampla gama de hospedeiros. Ataca culturas agrícolas, ornamentais e plantas daninhas, contribuindo para sua alta dispersão e sobrevivência.
Essa espécie é especialmente prevalente em regiões de clima quente e seco, que favorecem sua reprodução e dispersão.
O vento desempenha papel importante na movimentação desses insetos entre plantas e áreas de cultivo. Além disso, eventos de estiagem estimulam migrações de tripes para plantas jovens, que oferecem maior qualidade alimentar.
Em contrapartida, períodos chuvosos podem reduzir significativamente as populações de F. schultzei, devido à lavagem do material vegetal e às dificuldades impostas para o movimento dos insetos.
Outra característica marcante dessa espécie é sua habilidade de transmitir viroses, como o Orthotospovirus, que afeta culturas como soja, tomate e alface.
Essa capacidade a torna não apenas uma praga direta (pelos danos físicos às plantas), mas também uma ameaça indireta ao rendimento e à qualidade das culturas.
Frankliniella schultzei também desempenha papel na polinização de algumas plantas, como manga. No entanto, quando em populações elevadas, os danos causados superam em muito qualquer benefício ecológico, resultando em perdas econômicas significativas.
Danos
Os danos são causados tanto por larvas quanto por adultos, que raspam a epiderme das folhas, causando lesões prateadas e necrose.
Em soja, pode reduzir a produtividade em até 17%, além de transmitir vírus como o Orthotospovirus.
Em manga, prejudica a qualidade dos frutos, causando deformações e inviabilizando a exportação.
Em outras culturas, afeta flores, folhas e frutos, impactando o desenvolvimento das plantas.
Controle
O manejo de Frankliniella schultzei deve integrar métodos culturais, biológicos e químicos:
- Cultural: remoção de restos culturais e plantas daninhas, que atuam como hospedeiras alternativas. E planejamento do plantio em períodos menos favoráveis à praga.
- Biológico: preservação de inimigos naturais, como crisopídeos e ácaros predadores. Também o iso de agentes biológicos, como fungos entomopatogênicos.
- Químico: é uma das estratégias mais utilizadas no manejo de Frankliniella schultzei, especialmente em situações de alta infestação ou quando há risco elevado de transmissão de viroses. No entanto, sua eficácia depende da escolha correta dos produtos, da rotação de princípios ativos e da aplicação adequada para minimizar o desenvolvimento de resistência e os impactos ambientais.
- Outras estratégias: monitoramento constante e uso de armadilhas adesivas para detecção precoce. E pulverizações estratégicas em pontos de maior infestação.
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