O gênero Bidens spp. é amplamente conhecido no Brasil pelo nome popular picão-preto.
As duas espécies mais comuns que causam impacto agrícola são Bidens pilosa e Bidens subalternans.
Outra espécie, Bidens alba, é encontrada em menor frequência, especialmente em regiões litorâneas
Culturas infestadas
O picão-preto é uma planta daninha que ocorre em diversas culturas agrícolas, incluindo:
- Grãos: soja, milho e trigo.
- Hortaliças: alface, tomate e batata.
- Cultivos perenes: café e cana-de-açúcar.
- Pastagens: áreas de manejo inadequado.
A capacidade de adaptação da espécie permite sua disseminação em diferentes sistemas de cultivo, representando desafios para os agricultores.
Biologia
As espécies Bidens pilosa e Bidens subalternans são herbáceas anuais, que se reproduzem por sementes.
Elas apresentam caule ereto e anguloso, variando de 30 cm a 1,2 m de altura.
As folhas possuem margens serrilhadas, e a pilosidade é variável entre as espécies.
Os frutos, denominados aquênios, são responsáveis pela dispersão eficiente, sendo caracterizados pela presença de aristas pontiagudas.
A espécie Bidens pilosa apresenta predominantemente três aristas, enquanto Bidens subalternans possui geralmente quatro aristas, com menor pilosidade.
As flores também se diferenciam: brancas em B. pilosa e amarelas em B. subalternans.
Condições de desenvolvimento
O picão-preto apresenta alta plasticidade fenotípica, o que permite sua adaptação a diferentes condições ambientais. As principais condições favoráveis ao seu desenvolvimento incluem:
- Temperatura: clima tropical e subtropical, com ampla distribuição em todas as regiões do Brasil.
- Solo: prefere solos férteis e com boa disponibilidade de nutrientes, mas pode se estabelecer em ambientes degradados.
- Luminosidade: adaptável tanto a áreas de pleno sol quanto sombreadas.
- Ciclo de vida: apresenta grande variação nas épocas de florescimento e frutificação, permitindo sua presença ao longo do ano.
Controle
O controle do picão-preto exige estratégias integradas devido à sua resistência a herbicidas, especialmente aos inibidores da enzima ALS (Acetolactato Sintase). As principais práticas de manejo incluem as seguintes...
- Controle químico: uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, respeitando a rotação de princípios ativos. A aplicação deve ocorrer em estágios iniciais de desenvolvimento da planta para maior eficiência.
- Controle cultural: rotação de culturas para reduzir a pressão de seleção. E uso de coberturas vegetais para suprimir a emergência das plantas daninhas.
- Controle mecânico: capina manual em áreas menores; uso de roçadas em locais de grande infestação.
A resistência do picão-preto ao glifosato tem sido um desafio crescente para os produtores, exigindo monitoramento constante e a adoção de boas práticas agrícolas para minimizar os impactos na produção.
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