
A planta conhecida cientificamente como Ambrosia artemisiifolia recebe diversos nomes comuns que variam de acordo com a região.
Entre os mais utilizados estão cravorana, losna-do-campo, erva-do-sapo. Em inglês, é frequentemente referida como "Common Ragweed" ou "Annual Ragweed".
Culturas Infestadas
Ambrosia artemisiifolia é particularmente problemática para cultivos agrícolas e ecossistemas naturais.
Ela infesta principalmente culturas como milho, soja, trigo, sorgo e algodão, competindo agressivamente por recursos como luz, água e nutrientes. Sua presença pode reduzir significativamente o rendimento dessas culturas.
A planta também é encontrada em áreas não cultivadas, como margens de estradas, pastagens e terrenos baldios, onde pode se estabelecer rapidamente e formar populações densas.
Classificação taxonômica
Reino: Plantae
Filo: Tracheophyta
Classe: Magnoliopsida (dicotiledôneas)
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Gênero: Ambrosia
Espécie: Ambrosia artemisiifolia
Biololgia
Ambrosia artemisiifolia é uma planta herbácea anual. Completa seu ciclo de vida em um único ano. Ela possui caules eretos, ramificados e pode atingir alturas de 30 cm a 2 metros, dependendo das condições ambientais.
Suas folhas são finamente divididas, com margens serrilhadas, lembrando as folhas da artemísia, o que explica parte de seu nome específico (artemisiifolia).
Ambrosia artemisiifolia é uma planta monoica: produz flores masculinas e femininas na mesma planta, mas em diferentes locais. Essa característica reprodutiva contribui para sua alta capacidade de polinização cruzada.
Flores masculinas: as flores masculinas são agrupadas em espigas terminais alongadas e cilíndricas, localizadas nas extremidades dos ramos. Elas produzem grandes quantidades de pólen leve e seco, que é disperso pelo vento (polinização anemófila). O pólen é altamente alergênico e é uma das principais causas de febre do feno (rinite alérgica) durante os meses de verão e início do outono.
Flores femininas: as flores femininas são pequenas e isoladas, localizadas nas axilas das folhas. Após a polinização, elas desenvolvem frutos do tipo aquênio, que contêm uma única semente.
A reprodução de Ambrosia artemisiifolia depende exclusivamente de sementes: não há propagação vegetativa. Cada planta pode produzir entre 3.000 e 62.000 sementes, dependendo de sua idade, tamanho e condições ambientais.
O ciclo de vida de Ambrosia artemisiifolia é típico de plantas anuais:
- Germinação: as sementes germinam principalmente na primavera, quando as temperaturas do solo atingem cerca de 10-15°C. A luz e a disponibilidade de nitrogênio no solo são fatores críticos para a germinação.
- Crescimento vegetativo: após a germinação, a planta entra em um estágio de crescimento rápido, desenvolvendo caules robustos e folhas numerosas. Durante esse período, ela compete agressivamente por recursos como água, nutrientes e luz.
- Floração: a floração ocorre geralmente no final do verão (julho a setembro, no Hemisfério Norte), dependendo das condições climáticas locais. As flores masculinas liberam grandes quantidades de pólen durante várias semanas.
- Produção de sementes: após a polinização, as flores femininas formam frutos que contêm sementes maduras. Essas sementes são dispersas pelo vento, animais, máquinas agrícolas ou água.
- Morte: com o início do outono e a chegada de geadas, a planta morre, completando seu ciclo anual. No entanto, suas sementes permanecem viáveis no solo por até 40 anos, garantindo a perpetuação da espécie.
As sementes de Ambrosia artemisiifolia possuem adaptações que facilitam sua dispersão:
- Leveza: as sementes são pequenas e leves, permitindo que sejam carregadas pelo vento por longas distâncias.
- Adaptação à adesão: embora menos eficiente que outras espécies de ambrosia, algumas sementes podem aderir temporariamente a animais ou equipamentos agrícolas.
- Resistência ao solo: as sementes exibem dormência física e fisiológica, o que as protege contra condições adversas no solo. Elas podem permanecer dormentes até que as condições sejam favoráveis para a germinação.
Ambrosia artemisiifolia é uma planta pioneira, frequentemente encontrada em habitats perturbados, como margens de estradas, áreas agrícolas, terrenos baldios e pastagens.
Ela é altamente competitiva devido às seguintes características:
- Rápido crescimento: cresce rapidamente após a germinação, superando outras espécies na competição por recursos.
- Tolerância a estresses: tolera solos pobres, secos e compactados, bem como altas temperaturas.
- Alelopatia: algumas pesquisas sugerem que Ambrosia artemisiifolia pode liberar compostos químicos no solo que inibem o crescimento de outras plantas, embora essa hipótese ainda esteja sendo investigada.
Ambrosia artemisiifolia é altamente adaptável a diferentes condições ambientais:
- Luz: prefere áreas com alta exposição solar, mas pode tolerar sombreamento parcial.
- Temperatura: cresce melhor em climas temperados e subtropicais, com temperaturas ótimas de crescimento entre 20°C e 30°C.
- Água: apesar de tolerar períodos de seca moderada, a planta responde positivamente a chuvas regulares.
- Solo: pode crescer em uma ampla variedade de tipos de solo, desde arenosos até argilosos, mas prefere solos bem drenados.
Controle
O controle de Ambrosia artemisiifolia requer uma abordagem integrada, combinando métodos mecânicos, químicos e culturais. Algumas estratégias eficazes incluem:
Controle mecânico: a remoção manual ou o uso de equipamentos agrícolas para arrancar ou cortar as plantas antes da floração é essencial para evitar a produção de sementes. No entanto, esse método deve ser repetido regularmente devido à longevidade das sementes no solo.
Controle químico: herbicidas seletivos, como glifosato, atrazina e dicamba, podem ser aplicados em estágios iniciais de crescimento para controlar a infestação. É importante seguir as recomendações de dosagem e momento de aplicação para minimizar impactos ambientais.
Práticas culturais: rotação de culturas, cobertura morta e manejo adequado do solo podem ajudar a reduzir a emergência de novas plantas. Além disso, o plantio de culturas competitivas, como gramíneas densas, pode suprimir o crescimento da ambrosia.
Monitoramento e prevenção: identificar áreas infestadas precocemente e implementar medidas preventivas, como limpeza de máquinas agrícolas e inspeção de sementes, é crucial para evitar a disseminação da planta.
Controle biológico: embora ainda em fase experimental em algumas regiões, o uso de agentes biológicos, como insetos especializados que se alimentam de Ambrosia artemisiifolia, mostra potencial como uma ferramenta complementar no manejo integrado.