No Dia da Agricultora, uma reflexão sobre tecnologia

Por Adriano Naspolini, CTO da Divisão de Agricultura da Hexagon

17.10.2019 | 20:59 (UTC -3)

A agricultura foi a porta de entrada para inovações que mudaram o mundo. Hoje, o caminho inverso alavanca produções pelo Brasil e projeta o país como uma potência do setor

“O Egito é uma dádiva do Nilo”. Essa frase foi um apontamento feito pelo geógrafo e historiador grego Heródoto,  por volta do século V a.C.  No período de expansão da civilização egípcia, o rio garantiu que a agricultura e, em consequência, todo o resto se desenvolvesse. E sabemos o quanto o Egito foi desenvolvido e a frente de seu tempo, a ponto de nos gerar questionamentos até hoje.

Em suas dadas escalas e tempo, a agricultura mundial foi a base de tantas outras tecnologias. Foi  ela quem estimulou e iniciou a maioria dos processos tecnológicos mundiais até a revolução industrial. A própria matemática é um bom exemplo muito relacionado com a agricultura: a linguagem dos números surgiu para que os povos da Mesopotâmia conseguissem trocar seus produtos com outras civilizações. Hoje em dia percebemos a importância dos bens de consumo na economia, mas até pouco tempo, tudo girava em torno da agricultura, não era diferente com a tecnologia. 

Agricultura e tecnologia estão atreladas. Hoje, num caminho inverso, as inovações tecnológicas é que ajudam as plantações e produtores. O trabalho no campo pode ser cansativo, mas não precisa mais ser desgastante. Desde maquinários que substituíram a colheita feita sob o sol ardente até o monitoramento que permite um melhor aproveitamento do solo, esse elo está longe de acabar.

A inovação na agricultura foi um dos fatores que levou o Brasil a atingir o 2º lugar no ranking mundial de produtor de alimentos, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Entretanto, o país tem grande potencial para alcançar o primeiro lugar no pódio. Segundo um estudo da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, vinculada ao Ministério da Agricultura, cerca de 67% das propriedades agrícolas já utilizam algum tipo de tecnologia. Um relatório do Banco Mundial traz, ainda, que a inovação agrícola é um caminho para a redução da pobreza, combater as mudanças climáticas e, ainda, aumentar a produção alimentar. Essas metas estão dentro do que a Organização das Nações Unidas (ONU) chama de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujo foco é “transformar o nosso mundo”. 

A tecnologia sempre surge como ferramenta de suporte para o produtor, diminuindo perdas de solo e de produção, gerando mais produção e renda ao agricultor. Não será diferente com a adoção da Inteligência Artificial no campo. Não há o que temer, porque uma não anula a outra. Pelo contrário, se complementam e andam juntas para atingir a meta de crescimento e desenvolvimento do país. Essa nova fase da agricultura está revolucionando o mundo e levando a população a uma realidade cada vez mais sustentável.

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