Qualidade de fibra do algodão pode ser determinante para sucesso nas exportações
Por Luana Bonamigo, especialista em algodão e Gerente de Desenvolvimento de Mercado de Algodão da divisão agrícola da Bayer
A liberação do plantio de soja da safra 2022/23 chegou acompanhada de muitas expectativas. Com rentabilidade positiva no mercado internacional, os agricultores brasileiros escolheram apostar na cultura, que terá a maior área plantada da história: 42,4 milhões de hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Neste novo ciclo da soja, a incidência do La Niña pelo terceiro ano seguido tem gerado preocupação nos produtores rurais, uma vez que o fenômeno contribuiu para estiagens e diminuição de produtividade na última safra. Para garantir que o plantio realizado atendas às expectativas de colheita do mercado, com grãos de peso e altos rendimentos, os sojicultores devem realizar um manejo que proporcione os nutrientes necessários para que as lavouras se desenvolvam e se tornem mais resistentes a estresses climáticos.
A produtividade da lavoura está totalmente alinhada à oferta de nutrientes, por isso é necessária a análise de solo para identificar a quantidade de elementos disponíveis, propriedades químicas, físicas e biológicas importantes para a nutrição das plantas. Assim, é possível saber quanto de cada nutriente deve ser aplicado, tornando o processo mais eficiente e sem desperdícios. Um terreno com pH equilibrado e rico em macro e micronutrientes proporciona melhores colheitas no fim da safra.
A tecnologia em fertilizantes para a sojicultura permite ir muito além da tradicional combinação NPK, formada por nitrogênio, fósforo e potássio – macronutrientes primários. Atualmente, as lavouras respondem com alta produtividade aos adubos com formulação equilibrada que agrega macronutrientes secundários e micronutrientes.
Entre os macronutrientes secundários, o magnésio atua diretamente no crescimento e desenvolvimento das plantas e, quando em baixas concentrações no solo, impacta na produtividade. O elemento também tem papel fundamental na fotossíntese e participa de processos ligados à síntese de amido, proteína, gorduras e vitaminas, fortalecendo tecidos celulares. Portanto sua aplicação contribui para o aumento da produtividade, gerando grãos mais cheios, pesados e numerosos.
Os sojicultores também precisam considerar os fertilizantes com enxofre, outro macronutriente secundário fundamental com atuação na formação estrutural da planta, no crescimento radicular e na produção de gorduras, óleos e atividade enzimática. Na soja, o micronutriente boro faz parte da formulação equilibrada de nutrição de solo, uma vez que contribui para o aumento do teto produtivo. O elemento é responsável por processos biológicos e, quando ausente ou em deficiência, pode causar prejuízos por interromper o desenvolvimento celular das plantações, afetando crescimento e aspectos reprodutivos. Muitos especialistas atribuem ao boro a responsabilidade de maximizar a produtividade da cultura.
Magnésio, enxofre e boro possuem especificidades em suas fontes, o que pode aumentar ou diminuir a eficiência da entrega do elemento ao solo e às plantações de soja. O boro, por exemplo, deve estar presente no fertilizante nas formas de borato de cálcio e borato de sódio, o que garante seu fornecimento de maneira imediata e gradual. Isso é importante para que as plantas tenham, à disposição, os elementos de que precisam não somente em um curto período após a aplicação, mas em todo seu ciclo de desenvolvimento.
Hoje, a tecnologia aplicada ao desenvolvimento dos fertilizantes permite que um único grânulo comporte macro e micronutrientes em teores equilibrados e com qualidade física superior, a alta uniformidade dos grânulos proporciona distribuição eficaz. Os resultados dessas novas tecnologias em fertilizantes são menores perdas de nutrientes móveis no solo e efetivo aproveitamento da nutrição aplicada na lavoura.
As novas gerações de adubos estão, cada vez mais, conquistando as áreas produtoras de soja pelo país, e o agricultor tem notado que fazer uso da mesma área para colher mais tem gerado maior rentabilidade ao final da safra. É o investimento em conhecimento para o manejo adequado e em fertilizante tecnológico que retorna para o produtor rural em aumento de produtividade, lucratividade e sustentabilidade. Eis a nova geração de sojicultores brasileiros!
Breno Azevedo, especialista de Desenvolvimento de Mercado da Mosaic Fertilizantes
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