Do Campo para a Cidade: a expectativa de produção de grãos para a safra 2016/2017

Por Agostinho Celso Pascalicchio, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo. É professor nas áreas de economia e finanças.

14.12.2016 | 21:59 (UTC -3)

A safra agrícola de grãos tem expectativas muito favoráveis de produção. Se estas estimativas se transformarem em realidade, o campo deverá colaborar para o crescimento da economia em 2017, ainda que este crescimento venha a apresentar uma taxa baixa. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), divulgou o terceiro levantamento da safra brasileira de grãos. Conforme a CONAB, a estimativa da produção de grãos para a safra 2016/17 é de 213,1 milhões de toneladas. O crescimento estimado é 14,2% superior ao da safra anterior. O campo colaborará com a formação de renda das cidades.

As estimativas da CONAB são muito criteriosas, envolvendo pesquisas, informações sobre a área de cultivo, condições de crédito e outros itens significativos. Estas técnicas de projeção, trazem muita confiabilidade aos dados. O risco de quebra na safra causado por incertezas climáticas existe, porém, a análise de clima é variável que também integra estas estimativas. O setor agrícola brasileiro tem se desenvolvido em termos de produtividade, atualização financeira e representa importante contribuição à renda de toda a população brasileira. É um setor que recebe pouco subsídios do governo e com isto também fornece importante contribuição à política fiscal.

As culturas acompanhadas pela CONAB são o algodão em caroço, algodão em pluma, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo e outras culturas de “grãos de inverno” como a aveia, canola, centeio, cevada, trigo e o triticale. É novamente conveniente indicar que estão contempladas nesta projeção apenas os grãos. Estão excluídas culturas que também acrescentam significativa renda para o campo como o café, açúcar e ainda outras consideradas relevantes como a laranja e o fumo. A empresa reitera que a soja e o milho permanecem como os principais grãos produzidos no país. Os dois produtos correspondem a quase 90% do que é produzido.

Uma das estimativas realizadas pela instituição mostra que a receita bruta obtida apenas com a produção das safras de algodão, arroz, feijão, milho e soja atinge o valor de R$194 bilhões, um acréscimo próximo a 23% com relação à safra passada.

Apesar das dificuldades ligadas à infraestrutura, como a ausência de rodovias e da dificuldade de uma logística integrada, a contribuição do setor agrícola à renda da população será significativa. Como observado pela CONAB, “a cadeia do agronegócio contribui para a manutenção de emprego e distribuição de renda entre seus componentes e também para a geração de impostos”. Adicionalmente, é relevante indicar, que as exportações dos produtos agrícolas garantirão uma importante fonte de receita cambial em um ano de possíveis e grandes oscilações nesta taxa.

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