A importância dos biodefensivos para o manejo integrado

Por Marcos Petean, diretor executivo da Gênica, startup de biotecnologia que desenvolve soluções sustentáveis

11.09.2018 | 20:59 (UTC -3)

Há muito tempo, ouvimos falar sobre a importância da integração de diversas formas de manejo para o controle de pragas. O MIP, sigla usualmente utilizada para designar o manejo integrado de pragas, visa elevada eficiência de controle reduzindo os problemas relacionados à resistência desses organismos.

Porém, um dos desafios para sua real aplicabilidade nas lavouras brasileiras é a conscientização do produtor rural de que esse tipo de técnica tem bons resultados tanto a curto, quanto a médio e longo prazo. O levantamento de pragas e as tecnologias que surgem auxiliando no monitoramento e previsibilidade da ocorrência de pragas são ferramentas que impulsionam o MIP e garantem maior efetividade.

Neste contexto, os biodefensivos são poderosas armas, contribuindo positivamente para lavouras cada vez mais saudáveis e rentáveis, inclusive do ponto de vista financeiro. Os defensivos biológicos, em geral, garantem um maior efeito residual que muitas das alternativas existentes no mercado. Ou seja, garantem um período maior de controle, a níveis de baixo impacto econômico, de pragas, doenças e nematoides. Além disso, é uma importante ferramenta para reduzir os problemas de resistência das plantações pelo uso irracional de defensivos químicos.

A evolução deste mercado é algo que vem acontecendo ao longo dos anos e veio para ficar. Sempre atentos a evolução das formulações, processos de aplicação e utilização de novos organismos, as indústrias produtoras desse tipo de insumo para o campo estão se modernizando dia após dia, o que só traz ganhos para o segmento agrícola no geral.

Segundo dados da Embrapa Informática Agropecuária, 95% do aumento da produção mundial de alimentos terá que vir de ganhos de produtividade e de tecnologias que auxiliem o agricultor, que precisará fazer mais com menos, de modo mais eficiente, rápido e com menos custos. Isso incluirá a utilização de novas soluções, incluindo os biodefensivos.

O controle biológico, sem dúvidas, merece um destaque especial dentre as soluções de MIP, pois no Brasil temos exemplos efetivos de sua eficácia como a contenção da cigarrinha das raízes em cana de açúcar feito com o fungo Metarhizium anisopliae, de lagartas com a bactéria Bacillus thuringiensis, que nos mostram como é possível o emprego desses métodos em grandes escalas e com elevados níveis de eficiência, entre outros.

Sabemos que em um país tropical como o nosso, por exemplo, a incidência de pragas torna-se um desafio ainda maior, mas, sem dúvidas, e nesse contexto os defensivos biológicos vieram para tornar o MIP ainda mais efetivo. 

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